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Volver, Silva, Babi Jaques e Os Sicilianos e Tagore – Abril Pro Rock Parte I

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Volver, Silva, Babi Jaques e Os Sicilianos e Tagore - Abril Pro Rock Parte IFoto: Rafael Passos/Divulgação

A chuva caía sem piedade sobre o Recife e em Olinda quando os portões do Chevrolet Hall foram abertos às 20h na noite desta sexta-feira e tentou, em vão, abafar os primeiros acordes da 21º edição do Abril Pro Rock (APR).  As ruas alagadas e a falta de energia em diversos edifícios da cidade mãe do Manguebeat atrasou, mas não impediu o público de comparecer ao festival que, naquela noite, seria anfitrião de Móveis Coloniais de Acaju, Siba, Marcelo Jeneci, Volver, Silva, Babi Jaques e os Sicilanos, Tagore e a banda norte-americana – e única gringa – Television.

Como é de praxe, o primeiro artista a saudar a plateia foi o menos conhecido da lista: as atrações do APR vão se sucedendo de maneira gradativa em termos de abrangência nacional e tempo de carreira. Tagore Suassuna elimina o sobrenome quando está em cena e lidera a banda Tagore. Vencedor do festival Pre AMP 2013, foi às 21h que ele subiu ao palco do festival e apresentou por meia hora as músicas ao pequeno público que se formava. Com um álbum a ser lançado em um futuro próximo, o jovem músico pernambucano classifica seu som como “universal” e pretende lançar o trabalho que está por vir não somente no Recife, mas também em São Paulo ou no Rio de Janeiro.

Depois foi a vez dos conterrâneos pernambucanos Babi Jaques e os Sicilianos de subir ao palco ao lado . Com quatro anos de estrada, o quarteto formado por um “grupo de mafiosos sicilianos que vive na ilha fantástica de Nostrife, em uma realidade paralela que envolve a década de 50 e a contemporaneidade simultaneamente”, segundo autodescrição,  mescla música com teatro. O cenário, os figurinos e as atuações entre uma música e outra são bem característicos da banda e tem seu público. Não apenas na estética fica a encorporação teatral: a própria Babi Jaques se encarrega de não definir fronteiras entre canto e atuação teatral enquanto interpreta as canções.

Volver, Silva, Babi Jaques e Os Sicilianos e Tagore - Abril Pro Rock Parte IFoto: Cecília Gallindo/RockinPress

Um pouco após as 22h, o capixaba Silva sentou ao seu teclado e iniciou sua poesia. Vestido todo de preto, da cabeça aos pés, o sorriso tímido e verdadeiro iluminava junto aos jogos de luzes azul, verde e rosa o palco. Ainda pouco conhecido da plateia local e se apresentando pela primeira vez no Recife, Silva conseguiu cumprir a missão do festival de fazer conhecer novas bandas independentes. Ele tocou as faixas do seu primeiro álbum, Claridão, junto ao baterista Quinho. A Visita” e as outras músicas, como “2012“, “Falando Sério” e a faixa-título do registro pareciam agradar não apenas aos que já conheciam os versos de cor, mas também aos curiosos que se aproximavam do palco.

“Achei a galera muito participativa e ao mesmo tempo dava para ver que eles estavam prestando atenção às músicas. Foi muito bom, adorei o público. Houve uns momentos em que eu achava que estava sorrindo de um jeito meio bobo, aí tentava ficar com uma cara mais de mau”, disse depois ao RockinPress nos bastidores com aquele mesmo sorriso que negava automaticamente sua vontade de algum ato qualquer de maldade e seriedade naquele momento. “Pretendo lançar um disco ainda esse ano. Vai ter muita coisa nova: quero crescer a banda, sair um pouco só do piano e tocar guitarra também”, revelou. “Quero mudar radicalmente de uma certa forma, fazer algo mais ensolarado. Estou ouvindo muitas coisas ultimamente.” Mas quando perguntamos quais, o sorriso se abriu ainda mais: “se eu disser, vai revelar muito das minhas influências para este novo trabalho!”

Após os quase 45 minutos de apresentação de Silva, foi a vez do Volver voltar aos palcos do Abril Pro Rock. Entre um show e outro, não houve nem um breve intervalo. O line-up relativamente extenso para apenas uma noite não permite que haja um espaço de tempo entre as apresentações. O que é uma pena pois quem deseja assistir  todos os shows não pode circular pelo espaço que oferecia também estandes de diversos produtos como roupas e acessórios e pelas barraquinhas.

Volver, Silva, Babi Jaques e Os Sicilianos e Tagore - Abril Pro Rock Parte IFoto: Cecília Gallindo/RockinPress

E foi com um “pô, que massa estar aqui de novo, velho!” que a banda encabeçada pelo vocalista Bruno Souto iniciou o show. Era clara a saudade dos fãs em ver novamente a banda reunida no Recife. Nem tão reunida assim, pois a mudança do grupo para São Paulo resultou também na transformação da formaçao: após a saída do baterista Zeca Viana, em 2010, o baixista Fernando Barreto também deixou a banda no ano seguinte.

Mas de toda forma é indiscutível a relação que o quinteto mantém com seu público que cantava em coro os versos de “Acima da Chuva“, “Mallu” e “A Sorte“. E na hora da recente e polêmica “Mangue Beatle“, Bruno pediu que todos cantassem juntos, e todos cantaram. Principalmente quando foi a vez de “Você que pediu“, faixa do primeiro disco da banda. As palmas dos fãs batiam juntas e simultaneamente à bateria. A Volver encerrou o show que celebrava não só a volta ao APR mas também os dez anos de carreira agradando a maioria dos fãs.

A cortina do palco da direita se fechou então e o público deu adeus aos pernambucanos que receberam no palco esquerdo os veteranos da Television, abrindo o show com “Prove it“. Enquanto os nova-iorquinos tocavam os clássicos de uma carreira de mais de 30 anos, Marcelo Jeneci e sua banda se instalavam a poucos metros. A esta altura do festival, o salão do Chevrolet Hall abrigava já mais de 3. 000 pessoas.

Volver, Silva, Babi Jaques e Os Sicilianos e Tagore - Abril Pro Rock Parte IFoto: Cecília Gallindo/RockinPress

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