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A Música de Uma Vida

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Recentemente, fui convidado pelos amigos do Rock n’ Beats (Muito obrigado, Izadora!) para citar a música que representa minha vida, através de uma movimentação referente ao dia da toalha e orgulho Nerd (leia aqui). Eu deveria escolher uma música e falar um pouco dela, mas acabei me estendendo demais e meu texto foi cortado. Talvez tenha sido culpa da pesquisa sobre a história da canção. O poema “Vôo de Fênix” foi escrito por Gabriela Correa após uma briga com seu então namorado e recebido pelo seu primo Thiago Correa no dia 12 de abril de 2006, quando ele ainda morava em Los Angeles, nos EUA, e pouco antes de acontecer o primeiro show da Transmissor, em julho de 2006.

É particularmente emocionante para mim poder publicar aqui, com exclusividade, os versos originais e completos da música que define a minha vida. “Poema de Batalha” é a quinta faixa do álbum Sociedade do Crivo Mútuo (Ultra Music 2009 – Baixe Aqui), primeiro trabalho dos mineiros da Transmissor e talvez o melhor disco da última década. Antes, publico na íntegra o meu texto explicando a minha relação com a canção e um pouco mais da história dela. Obrigado, Thiago, pela atenção, preocupação e procura. Você faz parte da minha alegria agora e sempre.

Poema de Batalha – Transmissor
(Letra: Gabriela Correa | Música: Thiago Correa)

Simples em arranjo, mas de narrativa dramática e poética, “Poema de Batalha” é um registro que dividiu minha vida em dois. Fez parte de um marco da transição de pensamento amoroso, ao mesmo tempo em que abriu portas para explicar um pouco da minha existência dentro desde monstro ruidoso chamado mundo. A canção definiu meu modo de defender o que me apetece mais do que defendo meu próprio bem-estar, contando ainda com todas as consequências e erros, para no fim encontrar-se a felicidade que o mundo tanto busca.

Curiosamente, esta história escrita por Gabriela Corrêa, prima do cantor e arranjador Thiago Corrêa, foi colocada no disco em retalhos, já que originalmente o poema é maior e por questão de métrica foi cortado. As frases contidas dentro desta canção traduzem meu dramalhão e os meus medos, meu sentimento e meus versos. Sinto até hoje um delicado toque sentimental quando ouço o refrão que mais bem me define, mas até do que eu me definiria: “Aspire meus erros e os jogue fora. Limpe os vestígios e lustre os absurdos. Com esforço, talvez se tornem glórias.”

Marcos Xi

Vôo de Fênix

Sabes quando aperta-te o peito?
Angustiado permanece, preso
Tente respirar com todo este peso
Sufoca a alma e o orgulho
Pensas que quero ferir-te?
Machuco a ti e a mim
Sangue que escorre dos olhos
Lágrimas que correm nas veias

Equívocos são como pedras
Atingem a cabeça que se põe a ressoar
Vibração que arde, corta coração
Retalhos de sentimentos largados ao chão
Colho-me, varro-me. Restam partículas
Aspire meus erros e os jogue fora
Limpe os vestígios e lustre os absurdos
Com esforço talvez se tornem glórias, virtudes

Procuro a fronteira que me separa da exatidão
Sou imigrante, não tenho permissão
Choco-me com a guarda, violentamente
Mas sou fraca, perco a batalha sangrenta
Dentre tanto sofrimento hasteio a bandeira da paz
Haverá um dia em que o choro cessará
E as vitimas da guerra serão contabilizadas
Em meio a elas surgirei como Fênix. Assim será

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

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