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Vamos Fazer de um Jeito Diferente: Boa Parte de Mim Vai Embora – Vanguart

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Álbum: Boa Parte de Mim Vai Embora

Artista: Vanguart

Lançamento: 16 de agosto de 2011

Selo: Vigilante

Stream: sonora.com.br/vanguart

Rockômetro: 7,8

Ouça: “Depressa”, “Das Lágrimas” e “Nessa Cidade”

É comum ouvirmos de bandas independentes de outros estados que, quando passaram a morar em São Paulo, alguma coisa dentro deles mudou. Seja na mudança de integrantes, seja no âmago de cada um do grupo, a verdade é que a cidade que você mora influencia de todo modo na vida que você leva – e isso desencadeia na sua mudança de comportamento e visão de mundo, assim como na música e suas composições.

Assim aconteceu com o Vanguart. Saindo de Cuiabá e indo morar em São Paulo em definitivo, aquele grupo de garotos vintage e inspirados no mestre Dylan, conhecidos nacionalmente por um single fácil, rápido e de sentido desconhecido, chega a 2011 com um álbum pretensioso, que desmentiu toda e qualquer suspeita de fim de estrada (ou adormecida no limbo do começo de carreira). Boa Parte de Mim Vai Embora, acima de tudo, mostra como as “Cachaças”, “Semáforos” e “Miss Universes” não têm mais tanta importância quanto antes. O conteúdo quase psicodélico ficou para trás – e o que vemos agora é um Vanguart amadurecido, sagaz e incrivelmente realista.

Talvez, o que apresente maior diferença nesse “novo Vanguart” é a presença da Fernanda Kostchak, moça dona de um digno violino capaz de provocar sensações e criar ambientes afeiçoados, que encaixam perfeitamente e fazem músicas como ‘Nessa Cidade’, ‘O Que A Gente Podia Ser’ e ‘Das Lágrimas’ se tornarem algumas das fortes e belíssimas composições do disco. Além dela, entram também guitarras dedilhadas e tecladinhos com pé no brega, deixando o álbum mais complexo e incomum a cada orelhada.

As letras de Boa Parte de Mim Vai Embora são as que mais demonstram quão adulto e romântico Hélio Flanders está – tanto que, ao invés de tentar soar como algo entre Beatles e Bob Dylan, ele pega influências diretas de gente como Dorival Caymmi e Roberto Carlos, musicalidades e romantismos antes nunca imaginadas num álbum do Vanguart. Sem medo de soar piegas ou delirante, o álbum pega o “brega” e traduz em folk-rock, trocando os teclados Lafayettes por guitarras e violões Blonde On The Tracks.

São situações de amor por mulheres que hora são tão loucas quanto o Hélio de antigamente (“Mi Vida Eres Tu”), hora parecem renascer de filmes antigos de faroeste (“Se Tiver Que Ser Na Bala, Vai”) – e por vezes são tão intensas que chega a doer (“Engole (Arde Mais Que Fogo Em Pele Quente)”). E, em meio a tantos amores e desilusões, Hélio também está indo embora, dando adeus a seus amigos, seus pais, sua cidade. Mas não há medo nem amargura de deixar quem ama. Afinal, “um dia todos irão partir e com tanta gente na estrada, é bem pequeno o coração”.

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