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Um medicamento que seu uso pode trazer riscos: RivoTrio 2mg – Tarja Preta.

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Álbum: Tarja Preta

Artista: RivoTrio 2mg

Lançamento: junho/2012

Selo: Independente

Baixe: http://www.rivotrio2mg.com.br

Rockômetro: 7

Neste texto, o papo cabeça será descartado, assim como fez o RivoTrio 2mg em seu EP Tarja Preta, disponível para audição e download no site oficial do grupo. O Power trio niteroiense formado por Kyoma Oliveira, Lucas Araújo e Wilson Júnior – sem guitarra, mas com um violão folk – assume a sátira, o bom humor, a irreverência e expressões bem particulares para dar voz ao seu discurso, ainda que ralo, de crônica social. Ao longo das sete faixas – oito se considerada a “Hidden Track” explícita, de nove segundos, alocada no final do disco – a sonoridade flerta com rock, samba-rock, folk e country produzindo um material com contornos distantes de uma linearidade previsível.

Para aqueles que ainda insistem em procurar ecos dos hermanos, em toda novidade que é produzida depois deles, vão encontrar, nesta droga, outros barbados chamando suas musas de morena. E só. Em “Vem, Morena”, a faixa de abertura, os ecos vêm da década de 80, com a Blitz. E ainda tentando achar o lugar de Tarja Preta na prateleira – não que isso seja realmente importante -, talvez ele pudesse estar ao lado de um disco dos Mamonas Assassinas. Ouça a canção “Não se Mietch Comigo” e tente não associar.

O teor erótico é uma constante nas letras, mas a abordagem sempre está mais próxima do humor do que da mera apologia sexual. Aproveitando para esclarecer, caso estivesse parecendo até agora: as opções estéticas e a irreverência dos caras do RivoTrio 2mg permitem ver uma proposta inusitada, mas jamais um trabalho desleixado. Não há aqui um grande cantor ou compositor muito inspirado, mas o trabalho ganha os elogios por ser despretensioso e se apresentar de fato como tal.

“Hipocondríaco” se destaca como o momento mais inspirado do repertório, quando economiza na dose de humor e erotismo. É a canção menos tarja preta do disco; um calmante leve, talvez. Não chega a estar deslocada, mas também funcionaria no repertório de outro artista.

Tarja Preta não é um grande disco, mas ainda assim merece a audição e alguns elogios. Sobretudo porque deixa a sensação de que a liberdade e a autonomia de ser independente ainda podem ser mais exploradas e não precisam ficar estritamente limitadas ao (pseudo) papo cabeça, nem sempre consistente ou justificável, que tantos tentam sustentar. Fiquem atentos. Para o bem ou para o mal. Gostem ou não.

2 COMENTÁRIOS

  1. O CD é divertido, mas bom mesmo é ver um show ao vivo! Nada se compara aos improvisos deles no palco!

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