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É possível pensar, agora que o ano está acabando, nos artistas que se destacaram dentro do cenário musical brasileiro. Apesar das adversidades muitos nomes chegaram colocando o pé na porta, arrebentando a boca do balão. Rincon Sapiência é um dos nomes que muito se destacou esse ano.

O MC levou três troféus do Prêmio Multishow 2017 nas categorias “Artista Revelação”, “Melhor Produção” e “Melhor Capa”. Ele não é revelação, mas 2017 com certeza trouxe uma merecida visibilidade para seu trabalho. Galanga Livre alcançou muitos ouvidos, sem contar os belos clipes que mostram a qualidade e elegância do beatmaker em seus materiais audiovisuais. E com mais uma produção excepcionou o artista fecha o ano.

Explorando o verso livre com excelência Rincon apresenta mais uma letra inteligente, com diversas referências, transitando entre o afro trap (e os elementos próprios do trap) e a batucada africana, ele mostra sua contemporaneidade e ar moderno.

A música dá liberdade aos corpos, uma liberdade podada pelo governo, pela televisão e pela sociedade. Sem coloca-los em um padrão, ou encaixa-los em uma forma. Com um casting diversificado e colorido, o clipe traz a possibilidade de pensar (e ver) os corpos ocuparem os espaços.

Quase como uma retrospectiva do atual cenário político, social e racial do nosso país, Rincon Sapiência não deixa de colocar na mesa a distinção que ainda é feita entre o preto e o branco. E como sua elegância e carisma manda um salve até pra William Waack para lembrar que é jogando com as palavras que ele ataca. E ele, o criolo de saia que deu uma rasteira na crise, mostrou mais uma vez que seu ataque é feroz, potente e bonito.

O clipe foi gravado no Matraca, um centro esportivo da Cohab 1, lugar de origem do Mc. Dirigido por Rafael Jacinto e João Khel, com produção de Deborah Lindau, fotografia de Tomás Viola e figurino por Ana Wainer.

Rinco Sapiência – Afro Rep

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