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Show do Planet Hemp no Lollapalooza coloca em cheque grandes festivais no Brasil

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Com comoção ainda maior que o Kaiser Chiefs e The Hives, bandas internacionais conhecidas por seus shows explosivos, o Planet Hemp colocou todo o Lollapalooza para pular e cantar suas músicas em frente a uma filiada a rede de tevê que tanto os hostilizou nos anos noventa. Nenhum palavão foi cortado na abertura feita pelo humorista Gil Brother, dando uma verdadeira liberdade para a fumaça subir – tudo que a banda queria desde a sua fundação, em 1989.

A grande questão, no momento, não é a liberdade de expressão já tanto discutida. Às 19:20, quando a banda subiu no palco estava sendo quebrado o paradigma de que somente artistas internacionais merecem destaque em grandes eventos. Existe alguma dúvida que foi o Planet Hemp que levantou mais público?

É óbvio e merecida a posição da banda como penúltima dos palcos principais, atrás apenas do Pearl Jam. Mas com esse evidente sucesso, porque esta posição acertada do Lollapalooza não é repetida em outros festivais? Lembro-me quando em 2001 o Charlie Brown Jr, O Rappa, Raimundos e outras bandas se negaram a tocar no mais importante festival da história do país pela falta do que deveria ser óbvio: respeito com a música nacional.

Porque os artistas nacionais, mesmo com o apelo e sucesso comercial, não tem o devido destaque nos eventos, servindo apenas como abertura para bandas que muitas vezes estão ali por imposição de contratos com outros artistas ou imposição de gravadoras e não por pedido do público?

SWU, 2010, Los Hermanos voltando em seu primeiro show da turnê tocando num sol absurdo de quem ainda abria o evento para um The Mars Volta apático com um mínimo de público fã. Lembram do Skank fazendo o melhor show da noite no Rock in Rio 2011 numa abertura de palco para o… Maná? Alias, o histórico de injustiças do Rock in Rio 2011 é incomensurável. Sepultura no secundário é quase como um xingamento a uma das mais importantes bandas de metal no mundo.

Será que há uma valorização correta para os grandes artistas brasileiros no line-up dos festivais? Até o show do Detonautas no Rock in Rio 2011 foi surpreendente bom e com excelente resposta do público, mas a banda era apenas a primeira da noite, mostrando que a organização de line-up no Brasil mais parece ser inspirada por cota para minorias, num verdadeira navio negreiro da música brasileira.

Não irei nem entrar no assunto de leis de incentivo e patrocínio de empresas nacionais, valorizando a música internacional e não a brasileira. Será que, lá em 2001, Chorão, Rodolfo e Falcão não estavam certos em bater o pé no que nos temos de melhor? A nossa música?

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

20 COMENTÁRIOS

  1. E o show do Planet foi transmitido e o todo poderoso Pearl Jam nao autorizou a transmissão . Nao sou fã do Planet, mas a música brasileira tem que Ser respeitada .

  2. Olha, gostaria de saber: quais bandas brasileiras deveriam chamar?
    Além dos conhecidos "medalhões", como Barão e Titãs (que, aliás, vem fazendo besteira atrás de besteira) não consigo pensar em uma (não sou fã de Planet Hemp, mas só de conseguir conquistar o público daquele jeito, tá valendo). Dentre as novas e independentes temos quem? Móveis faz um som bacana, mas as letras são bem fracas. Nevilton tem um vocal lamentável. Cícero é o maior sonífero que conheço. Cálix, que é uma excelente banda, não tem público grande o suficiente.
    É fato que o rock internacional tem melhores opções, pois em países como Inglaterra, Austrália e EUA a produção musical é valorizada até em crianças de seis, sete anos.
    Não venho caçar briga, gostaria mesmo de uma resposta.
    Abraços.

  3. "a organização de lineup no Brasil mais parece ser inspirada por cota para minorias, num verdadeira navio negreiro da música brasileira" grande verdade.

    E onde você disse "Oi Maynard?" você quis dizer "Oi Deus?" xD

  4. Som pra festival, neste sentido mencionado, é bola pra Planet Hemp, Rappa, Pitty(não agridoce), Paralamas, Titãs, Skank, Charlie Brown(snif) e passou o Racionais pela cabeça. Não me lembro de nenhuma banda nova que eu consiga imaginar num festival desse em horário "nobre". As bandas novas que ouço tem muito de Los Hermanos, que era legal mas diluiu-se, ou pop rock com jeitão anos 80 ou apático, ou é como uma tradução para português, da música e atitudes de bandas como Incubus, Red Hot, ou uma mistura de tudo isso. Enjoei dos anos 80 há tempos, mas eles deram um banho de atitude nos vindouros anos. hoje infelizmente ouço muita filosofia vazia, psicodelismo momentâneo de lombra, olho grande no dindin e pouco grito e pouca alma.

  5. Anelis Assumpção
    Black Drawing Chalks
    BNegão
    Cabruera
    Criolo
    Graveola e o Lixo Polifonico
    Holger
    Karina Buhr
    Lirinha
    Lucas Santanna
    Macaco Bong
    Metá Metá
    Orquestra Imperial
    Otto
    Tulipa Ruiz

    é o que eu tenho aqui na minha playlist que é mto melhor que a maioria dos shows que tocam nesses festivais.

  6. é uma questão complicada, por ex: no Lolla, adorei o show do Criolo, mas paguei pra ver bandas internacionais que dificilmente viriam pra cá, se não fosse pelo festival. Acho que a maioria do publico dos festivais se mobilizam, cruzam o país e dividem o ingresso em várias vezes no cartão para ver as bandas de fora. Não é questão de diminuir, mas as bandas brasileiras podemos ver várias vezes em outros eventos, não sei se um festival de grande porte atrairia tanta gente se abrasileirasse demais o line up, já que que o legal desses festivais (falo do Lolla e do Terra) é proporcionar uma experiência parecida com os festivais de fora, os quais nem sempre temos acesso.

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  8. Não vou falar de qualidade musical, vou falar de uma questão fundamental…todas essas atrações que o Rafael Barone citou…fechariam a conta?

    Agora, digo mais, quais das 3 bandas que "bateram o pé" em 2001 fariam isso novamente?

  9. É verdade, Emerson, uma revisão criteriosa sempre enriquece o conteúdo.
    Sabemos que a mensagem é válida e essa crítica em nada desmerece seu teor, mas construções como "num verdadeira navio negreiro" e outras passagens semelhantes acabam sendo mal encaradas, principalmente por aqueles interessados em refutar um posicionamento tão importante no reconhecimento da música tupiniquim.
    Espero que o autor não fique melindrado, pois a crítica é tão positiva (e construtiva) quanto as intenções do articulista no texto acima! (y)

  10. Forgoten Boys
    Matanza

    e se o festival for puxado pro Metal tem uma INFINIDADE de bandas boas sem espaço midiático, mas começar com

    André Matos/ Viper
    Almah
    Hangar
    Kiko Loureiro

    já tá ótimo

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