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Resenha: Mallu Magalhães – Mallu Magalhães (2008)

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Álbum: Mallu Magalhães

Artista: Mallu Magalhães

Lançamento: 15/11/2008

Selo: Indepentende

Avaliação do Blog: Nota 6

O folk está em alta. Definitivamente esse ano marca a volta do folk a um seleto grupo de fãs. Uma das maiores “culpadas” por esse acontecimento só tem 16 anos. Mallu Magalhães se apresenta ao país como a garota prodígio da internet, trabalho que já era desenvolvido por outros notáveis nos Estados Unidos como Ben Kweller e Conor Obert finalmente ganha uma representante brasileira. Em menos de um ano, Mallu, que ainda estuda num tradicional colégio da capital paulista, estourou e gravou um cd só com músicas suas e esse cd hoje será o “alvo” de nossa resenha. O cd saiu no último dia 15, e suas músicas vinham sendo distribuídas na internet por meio de um site especial que a Vivo fez somente para a divulgação da nova empreitada da baixinha.

Apesar do folk ser sua maior verdente, o álbum começa com o Rock de “You Know You’ve Got”, com predominância do banjo, também bem explorado em “Don’t you Look Back”, canção seguinte, e mais voltada ao folk. A primeira faixa começa com uma energia que parece contagiar, e quando você pensa que irá explodir, o ritmo folk datado pelo balanço do banjo dá um tom diferente a música, para somente depois explodir da maneira do bom e velho rock, com uma pega forte da bateria. Vamos abrir uma salva ao solo que Kadu Abecassis, guitarrista, nos dá nessa faixa. A faixa pende a nos decepcionar, pois esperamos um grande surto sonoro logo na primeira deixa, mas não é o que acontece e todo o aparato de gravação selecionado para deixar o som mais “antigo” já se mostra ineficaz pela qualidade de gravação. Mas é só o início.

O folk clássico de Don’t You Look Back me entristece, pois a versão original, gravada para o programa Trama Virtual que passa na Multishow e feita para o quadro “12 horas no estúdio” se mostra muito melhor e consciente, em si, o próprio cd parece ter sido feito por versões de música já apresentadas ao vivo e que pecam pelo excesso de detalhes. O clássico “Tchubaruba” vem numa versão mais charmosa, gostoso, quase chegando ao Blues e com um flerte ao Jazz, mas novamente sentimos saudade da versão do myspace. Em uma crítica anunciada a um ocorrido no Rio, “O Preço da Flor”, uma das duas únicas canções em nossa língua pátria, dá um tom mórbido e triste ao cd. Não podemos negar, é uma belíssima canção, a favorita do autor destas linha, mas a própria canção já foi apresentada em melhor forma na segunda aparição da pequena no Programa global do Jô Soares, mesmo assim, a música está belíssima no álbum e uma das melhores do álbum.

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O Preço da Flor no Programa do Jô

Em sua primeira aparição na tv aberta, Mallu mostrou ao público do Altas Horas, da Globo, a música “Town of Rock ‘n’ Roll”, numa simples concerto ao violão, voz e gaita. Depois a música pouco apareceu nos setlists de suas apresentações, e cheguei a achar que estava esquecida, mas num vigoroso Rock, ela se mostra num melhor e animado arranjo, e mais um solo de bater palmas para Kadu. Muito boa! “Her Day Will Come” e “Angelina, Angelina” são belas canções, que tiveram um tratamento especial para o cd, principalmente para os efeitos vocais que Mallu criou para Angelina, barulhos de trem e outras brincadeiras que viram detalhes sérios e muito interessantes. Depois de escutar umas 10 vezes a nova versão de “J1”, fiquei na dúvida entre a melhor de todas que já ouvi, mas com certeza essa tem um algo a mais, um ponto gostoso que não se encontra na nova versão de “Get to Denmark”, versão que chegou a irritar o blogueiro que vos escreve tamanha a “forçassão” de barra que foi por essa música nesse cd, versão pífia.


A revelação musical brasileira, Mallu magalhães.

Mais um animado e vigoroso rock passa por esses ouvidos insanos, “Vanguart” anima, e anima ainda mais ao vivo, não como “Dry Freezing Tongue” e “Swalk”, onde se pode ouvir o que muitos julgaram ser a parte mais chata de Mallu, suas músicas lentas. Cheguei a ler resenhas que j jjulgavam ser inaudíveis suas baladas, digo não serem as suas melhores, mas ainda dá para gostar. No Jazz “Noil” e na música de encerramento “It Takes Two the Tango”, Mallu mostra a potência de sua voz, as suas nuancias e onde sua juvenil voz pode chegar, belas músicas.

Em si, o seu querido autor não curtiu muito o cd, um tanto decepcionado, vi Mallu largar o lado simplista e a beleza de sua música descompromissada com o mainstream penderem a um lado profissional e mais detalhista, que faz este blog aqui se sentir seu gosto muito “semestre passado”. A profissionalização da música que esta estrela sofreu foi rápida de mais para mim, pois isso o que sinto é apenas saudade dos shows mais bagunçados, das infantilidades de Mallu e facilidade de achar suas músicas “fofas”.

Por Marcos Xi

Leia também a resenha no show do Morro da Urca
E os perrengues que este blog passou para chegar na casa de show.

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

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