Home Resenhas Resenha: Festival Fora do Eixo 1°dia @ Cinemathèque, Botafogo-RJ 12/05/2010

Resenha: Festival Fora do Eixo 1°dia @ Cinemathèque, Botafogo-RJ 12/05/2010

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Texto por Túlio Brasil, do blog La Cumbuca
Fotos por Juliana Ribeiro

Formado somente por bandas independentes, o festival Fora do Eixo começou ontem com três shows no Cinematheque. Duas cariocas, Les Pops e Os Outros e uma de Brasilia, Brown-HÁ.

Les Pops (pronuncia-se “Lêpóp”, recomendação da banda) adentrou no palco com uma formação inusitada. Sem contrabaixo, duas guitarras, bateria e um grupo de instrumentos raros de figurarem em uma banda pop usados conforme a necessidade, ukelele, sanfona e um banjo. Munição para o suingue predominante no ambiente.

No repertório, algumas canções autorais, destaque para a ótima ‘Quero ser cool’, dedicada aos frequentadores do lugar, e uma seleção exemplar de covers. Daniel, Rodrigo, Thiago e Rapreto tem um gosto exemplar, com Wado, Roberto Carlos, e até Michael Jackson, eles fizeram uma bela mistura na setlist. Demonstram firmeza num ideal de música baseada no groove e bom humor.

Só os mais chatos não caem nas canções. Todas dançantes e algumas com um cheiro diferente, culpa da experimentação com alguns instrumentos. Como o ukelele, utilizado na maior parte do concerto, e a sanfona, inesperada, mas que entrou surpreendentemente bem. Fecha-se um conjunto amigável ao sistema das levadas gostosas e irresistíveis para diversão.

O volume aumentou para a próxima atração. Pautada pelo rock’n roll, o Brown-HÁ se fez fiel toda vida aos mandamentos da arte. Muita guitarra e um vocal mais gritado, não como um vocalista de metal, mas o suficiente para impor pela voz uma personalidade agressiva à música.

As guitarras brasilienses vieram bem intromissivas ao Rio, ansiosas por barulho, geraram orgasmos nos amantes do ‘air-guitar’. A caricatura da peça era João Paulo, o vocalista que não se controla, explorava o palco todo em questão de segundos.

Foram bem no rock, mas a banda podia ter arriscado mais, tentar artifícios para dar mais personalidade ao som e crescer em cima. Em certos momentos a apresentação pode ficar um pouco monótona, pois não muda muito do primeiro ao último acorde.

A lembrança que perdura é a de um show divertido, de uma banda muito mais potente do que aquela registrada em seu EP. Os Outros tocaram logo depois.

E não parecia ser a melhor noite deles. O que eu vi foi uma tentativa meio confusa de pop-rock, “nada pode parar essa confusão”, como a própria banda canta. O som estava meio desencontrado, faltava uma unidade na banda. As piadas fracas também não ajudaram muito o clima do show, que acabou sendo chato.

O festival continua amanhã no Teatro Odisséia com Brasov, Nevilton, Tereza, Porcas Borboletas e Do Amor. Do Amor é uma banda famosa aqui no Rio, agitação garantida; Tenho curiosidade quanto ao Nevilton, que lançou um excelente EP esse ano; Porcas Borboletas é uma das melhores bandas de Minas; Brasov e Tereza sempre fazem shows super animados. Ou seja, você tem que dar um jeito de ir. Promete muito mais que esse mediano primeiro dia.

5 COMENTÁRIOS

  1. sei lá… mas o melhor do ano é sem dúvida Wild Hunt, do Tallest Man On Earth. O resto, meu caro, é piada das boas! 😉

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