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Resenha: Black Drawing Chalks, Copacana Club e outros @ Flaming Night – BH 06/03/2009

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Muita gente pergunta qual o melhor programa para o fim de semana em Belo Horizonte. No último fim de semana, caso alguém mais (além da minha mãe) resolvesse me perguntar qual seria “a boa” da noite, não iria hesitar em mencionar a 12 edição da tradicional festa Flaming Night no Lapa Multshow. Quem optou por acompanhar as apresentações dos goianos do Black Drawing Chalks, destaque da noite e dos curitibanos do Copacabana Club, que tinha cacife para ser o outro nome da noite, pode experimentar um pouco da loucura causada por altos níveis etílicos no sangue. E por incrível que pareça, eu não estou me referindo ás performances das bandas.

Devido a um problema interno, que foi resolvido graças á boa vontade do Bart, o organizador e mente por trás d0 evento, foi meio impossível conhecer o som dos conterrâneos do Fusile, que abriram a noite. A casa estava começando a encher no momento em que a banda tinha a ingrata missão de aquecer o público. Espero ter uma nova oportunidade em breve de conhecer o som da banda (não, eu não gosto de conhecer bandas pelo myspace) e descobrir mais um talento musical na cidade dos butecos. Não são poucos e vocês sabem. Logo depois, e devidamente posicionado próximo da mesa de som, foi a vez dos paulistas do Firebug lançarem suas empolgantes canções de pegada reggae. Animou até mesmo os desprovidos de ginga natural, que entre um copo e outro de cerveja, dançavam como autênticos bonecos de Olinda. Estava preparado o terreno para o Black Drawing Chalks fazer o Lapa pegar fogo.

Sei que muita gente deve estar cansada de ver resenhas do (sempre) excelente (mas excelente mesmo) show do Black Drawing Chalks aqui no Rock in Press e em praticamente todos os sites/blogs sobre música independente do Brasil. Se eu tornar a falar que a apresentação dos goianos é um verdadeiro tapa sonoro na orelha, irei revelar toda a minha já evidenciada limitação mental. Adultos não costumam gostar (conscientemente) de repetições e não quero ter que dar crtl + c e crtl + v em meu próprio texto, portanto resolvi arriscar. Ao invés de observar atentamente a apresentação da atração principal da noite do tradicional e bem posicionado local próximo da mesa de som, me infiltrei bem no meio da muvuca. No meio da confusão, dos moshs e de uma avalanche humana de stage dive.

Muitos jovens se empolgaram excessivamente durante a apresentação energética do Black Drawing Chalks. Dentre eles, um jovem sorria ao exibir o próprio óculos destruído para um amigo. Outro começou a agir como se o braço fosse uma hélice de helicóptero, o que acabou gerando um quase começo de briga generalizada nas rodas, que não ficaram devendo em nada para as clássicas (e amigáveis) rodas no show dos cariocas do Matanza. O problema dos moshs são justamente as pessoas que acabam batendo de verdade e ignoram a presença de meninas (ok. sei que o Copacabana Club é uma banda para meninas, de todos os tipos, mas não importa. Abriram a porta do paraíso e o resultado foram várias beldades desfilando no Lapa) no meio de marmanjos barbados. Porém nada superou o momento em o primeiro maluco resolveu subir no palco e se jogar no público. Tudo começou timidamente, mas logo todos começaram a imitar o gesto. A banda virou atração de segundo plano e dentre os vários mergulhos, se destacou uma menina pequenininha que demonstrou não ter medo nenhum de se espatifar no chão e se jogava repetidas vezes, chegando inclusive a ser puxada pelos pés por um segurança sem noção.

O que era a diversão da maioria, acabou virando pesadelo para uma outra menina, igualmente louca. Logo depois de uma pausa na apresentação por conta da destruição da pele da bateria (isso com menos da metade do show rolando) e já com Chuck Hypolitho tocando junto da banda (o que ninguém percebeu quando exatamente aconteceu), uma loirinha subiu rapidamente no palco e com a mesma velocidade se jogou no meio do público distraído. O resultado foi desastroso, visto que pessoas não nasceram para “kikar” no chão. Mais uma pausa e dessa vez com direito a zoação da banda: “Seus malandros! Na hora que é cueca vocês seguram, né? Mas quando vai a menininha todo mundo abre a roda. Cadê os homens???”. Resolvido o problema (e com a bela jovem devidamente encaminhada para o hospital mais próximo), o show continuou a todo vapor. Lugar comum dizer que “My Favorite Way” foi o ponto alto da apresentação, elogiadíssima por um animado gringo que chegou até mesmo a comparar o show do Black Drawing Chalks com Metallica e Mastodon.

Quando o Copacabana Club entrou no palco, o público já era bem diferente daquele que agitava freneticamente a pista do BDC. O nível etílico já estava drasticamente reduzido e um verdadeiro arsenal de mulheres se encaminhavam para a primeira fila do concorrido show dos curitibanos. O Lapa virou boate e o grupo liderado pela sensual Caca V logo exibia seu maior sucesso “Just do it” para a alegria dos fãs e das mulheres lindas da cidade. Não era o meu caso. Mesmo acompanhado de uma dessas mencionadas mulheres, não consegui entrar no swing da banda paranaense. ´E como se faltasse alguma coisa, se fosse um daqueles shows que só valem a pena assistir uma vez na vida e depois não tem nada de novo. Talvez o Copacabana Club seja indie demais para mim; ou então estou velho demais para aceitar (e gostar) da filosofia da Flaming Night, que é justamente misturar estilos diferentes em uma noite escaldante no Lapa. Da próxima vez terei uma resposta, até lá o Copacabana Club será a banda de uma (divertida) música só. E com uma vocalista sensacional.

O saldo final é de uma apresentação incrível do Black Drawing Chalks totalmente ofuscada pela loucura inconsequente de seus fãs, que afinal fizeram o show valer a pena. Agora é só esperar pela próxima edição e degustar de novas frequencias agradavelmente agressivas para o bom funcionamento de nossa audição.

5 COMENTÁRIOS

  1. Eu devia estar em outro embalo (talvez etílico, rs) porque curti DEMAIS o show dos Copas. Eles realmente transformaram o lapa em uma pista de dança, era uma festa!! Claro que curti o Black Drowing Chalks ( fui lá por causa deles) que fizeram um rock de primeira, excelente. Mas os marmanjos brigões avacalharam bastante (é, eu estava lá na frente e vi tudo).Por conta do clima animado e da vocalista linda ( realmente linda, vi o show dos Black Drowing chalks do lado dela)preferi o Copacabana Club, que nem conhecia bem. Saí de lá surpreso.

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