Home Resenhas Álbuns Resenha: Batalha Contra Você Mesmo

Resenha: Batalha Contra Você Mesmo

25
Compartilhar

Álbum: Battle For The Sun

Artista: Placebo

Lançamento: 08/06/09

Selo: PIAS

Myspace: www.myspace.com/placebo

Rockometro: 5,8

Em 96, o Placebo foi taxado de ‘banda para adolescentes’, devida sua sonoridade e temática supostamente jovem. Agora, 13 anos depois e 6 discos nas costas, o Placebo volta a ser novamente comparada com qualquer banda adolescente, bem mais madura que qualquer grupo dessa leva, mas com o mesmo formato ‘comestível’ e temática visivelmente voltada ao mercado pop.

Antes de qualquer dizer, venho lembrar que POP não quer dizer N’Sync, Five ou Britney Spears, mas sim popular, música com a aceitação do grande público. O fato de esta bolacha estar voltada ao mercado pop, não quer dizer que vá alcançar seu êxito, o que a princípio, só nos faz afirmar que é um álbum bastante comercial. Agora, comercial porque?

Uma música comercial tem como objetivo atingir a massa. Ela contém alguns fatores que, em conjunto, tornam a música mais consumível e de fácil adesão. Em 2007, o Placebo deu seu primeiro indício de estar seguindo esse caminho, ao lançar na América um EP com alguns de seus sucessos num formato dedicado aos adolescentes e sua cultura, citando ainda pelo próprio vocalista Brian Molko, uma banda de exemplo: My Chemical Romance. Acho que isso já diz alguma coisa.

Battle For The Sun é um disco muito bem produzido, com arranjos que desafiam as mesmices apresentadas pelo Placebo em álbuns anteriores, e ainda com o inteligente aditivo jovem comandado pelas baquetas do novato Steve Forrest, que estreia quase que como um amuleto na banda, em plena renovação sonora.

Mas não se enganem: Para mim e muitos fãs, esse álbum soa quase como uma ofensa. Fatores da vergonha alheia: As músicas terminam, em mais da metade do álbum, de maneira apoteótica, ao estilo Coldplay e Snow Patrol; as palminhas em “Ashtray Heart” e “Kitty Litter”, junto com o coral usando uma frase em forma de ordem (em “Ashtray” o coral canta num desnecessário espanhol); Letras alegrinhas e nenhuma música ‘corta pulsos’ que conhecemos do estilo da banda; e o ritmo vocal repetitivo, simples e bem rimado, facilitando a assimilação da canção e a tornando ‘colante’. Claro que a banda já se aproveitou de alguns desses fatores anteriormente, mas nunca em doses cavalares.

Não, esse não é o problema. Mas sim, o total abandono da banda ao estilo que fez vários fãs simplesmente terem o vocalista Brian Molko como a razão de vida. Esse formato comercial não condiz com a estrutura da banda. E mesmo que Brian não tenha uma voz mais pop, ou a banda tenha saído de sua gravadora (quem fará a distribuição dos álbuns ainda é um grande selo), não deixam de mostrar o verdadeiro motivo da empreitada: A grande mídia e público.

“Kitty Litter”, “Battle For The Sun” e “The Never-Ending Why” compõe um lado ‘dark-pop’ da bolacha, com guitarras sujas e uma certa lembrança de bandas como AFI e My Chemical Romance, com o mesmo lado pop da repetição. “Ashtray Heart”, “For What It’s Worth”, “Devil in The Details”, “Breath Underwater” e “King of Medicine” são um pacote pop amarrado e entregue na porta das rádios, com uma dedicatória na frente. “Happy You’re Gonne”, “Come Undone” e “Speak in Tongues” são muito repetitivas, sendo que “Bright Lights” chega a irritar de tão ruim. Por fim, “Julien” é uma das poucas que salvam.

O que há de errado em encontrar novos fãs? Em ver dinheiro e respeito aumentando? Nada. E qual problema d’eu achar isso tudo uma merda enganadora de fãs e sem um mínimo de personalidade? Nada também. Placebo, volte para casa e seja você mesmo.

Por Marcos Xi

Compartilhar
Matéria anteriorDiversos: O que 15 Anos faz com um pessoa
Próxima MatériaDiversos: LED's em museu na Áustria
Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

25 COMENTÁRIOS

  1. Nem vou comentar muito, mas Placebo não vai atingir a massa e disso eu tenho certeza. Espera uns 3/4 meses e você vai concordar comigo. E as letras não estão alegres, nenhuma pra falar a verdade. Kings ‘pop’? Achei Kings tão b-side do Meds, e por ter um ritmo estranho, não acho que possa agradar a todos, enfim. Não concordo com o review.

  2. Eu nem vou me dar ao trabalho de ouvir. Placebo pra mim já foi uma banda bacana. O 1º show dos caras aqui foi legal, mas longe de ser genial. Pra mim, somente os dois discos valem algo. Eles nunca mais fizeram algo como “Nancy Boy”, “Pure Morning” ou “You Don’t Care About Us”.

    Se aposenta Molko!

  3. Mah, se o Placebo não atingir a massa, tudo bem. Eu não disse que atingiria, eu somente disse que esse era o objetivo.

    Mas obrigado pela opinião!^^

    Po Wans, eles mudaram a sonoridade um pouco sim, mas gosto muito de todos os álbuns até antes desse.

  4. Xi, eu só concordo plenamente com uma coisa: “‘Bright Lights’ chega a irritar de tão ruim.” Essa música SIM foi forçar a barra total. Ela definitivamente não é Placebo. Ou é Placebo querendo ser The Killers.

    Battle for the Sun é, pra mim, o trabalho mais fraco deles. Mas isso não quer dizer que não seja bom. Eu vejo muitos pontos fortes no álbum e, definitivamente, consegui enxergar a “identidade placebística” que não tinha enxergado no início.
    “Come Undone” é uma ótima pedida se você faz questão de cortar os pulsos. E ser repetitiva é sinônimo de ser ruim? Não. Dou como exemplo “Bionic” ou “English Summer Rain”.
    “Kings Of Medicine” e “Devil In The Details” não têm nada de pop, concordo com o Mah que Kings não agradaria nem metade das pessoas. É uma Lazarus da vida. Devil tem um vocal bem característico e, como todos nós sabemos, a voz do Molko não é pra qualquer ouvido. “Happy You’re Gone” é bem chatinha no começo, mas o refrão e o final superam muitas outras músicas do álbum.
    “Kitty Litter” é fenomenal para abertura de um show. Consegue ser dançante e pesada, ao mesmo tempo. “Battle for the Sun” fica ainda mais genial ao vivo, assim como “Ashtray Heart”, “The Never-Ending Why” e “Speak In Tongues”. E olha que Never-Ending Why eu nem gostei muito da versão do álbum.
    Você sabe que uma banda é boa quando ela supera, ao vivo, o trabalho que fez dentro do estúdio. Eles continuam brilhantes no palco e é isso que importa.
    No mais, concordo que Julien é a melhor música desse CD. 🙂

  5. Mah, se o Placebo não atingir a massa, tudo bem. Eu não disse que atingiria, eu somente disse que esse era o objetivo.

    “esse era o objetivo”. Legal, você virou amigo do Brian e ele disse isso pra você, PARABÉNS.

    Concordo com a Mari, escreveu quase tudo que eu queria escrever!

  6. Faltou uma coisa: eles querem conquistar novos fãs, e não a massa. A voz do Brian não é uma voz que agrada a massa, senão Placebo já seria uma banda super popular.

  7. É simples, este álbum, BFTS, é um álbum de transição por que tudo o que ocorrera em 2007 e 2008 foi muito pesado para a banda em si e este álbum é um reflexo do desgaste que o Placebo está sentindo, porém é uma profunda respiração para o novo futuro do Placebo.
    Analisar BFTS é perder tempo, nos resta agora esperar pelo REAL novo álbum do Placebo.

  8. Amo polêmica.

    Esse review não é nada mais, nada menos, do que um relato apaixonado de um fã abandonado no altar. De uma esposa virgem e insatisfeita com a performance sexual do marido. Do cara da padaria que vê a esposa fugindo com o cara do açougue, velho amigo de infância. Do pagodeiro que descobre que sua música não tem sentido e que sua vida nunca será a mesma sem a piriguete do apartamento ao lado.

    Adoro a voz do Molko, mas Placebo não me dá tesão.

  9. Marih, só pra lembrar, essa é uma review do álbum, e não do show. E outra, BFTS é um trabalho decepcionante e o pior deles, mas realmente não quer dizer que seja ruim mesmo, tanto que já escutei mais de 13 vezes, e já me confesso enjoado do álbum.
    Em Come Undone eu corto os pulso só no início da música, e depois eu pulo igual a um doido! Em nenhum momento eu disse que ser repetitiva era ser ruim, vide “Days Before You Came”, uma das minhas favoritas. Sobre a voz do Molko, realmente não é uma voz para o grande público, e nem a do Thom Yorke, mas as 60 mil pessoas que viram o Thom aqui no Brasil não acham isso.
    Eu ainda dou minhas favoritas: “Kitty Litter”, “Battle For The Sun”, “The Never-Ending Why” e “Julien”.

    Mah, não sou amigo do Brian, mas não precisa de muito para perceber o que ele quer ouvindo o álbum, pois foi por isso que escrevi a resenha.

    Gaby, genial o que você disse. Concordo com tudo.

  10. O álbum está uma merda? Está.
    Merda aduba? Sim.

    Esse ainda não é o fim do Placebo, e como merda aduba, eles acertarão no próximo álbum.
    É como disseram, é uma transação, e várias bandas fizeram merda para depois vir uma fruta doce e suculenta.

    Ainda tenho esperanças…

  11. uhnm…
    agora que já ouvi o disco o dia inteiro, posso opinar e discordo de todos vocês, xiitas! o cd tá do caralho. não sou fã da banda, não ouvi todos os discos e portanto a diferença não aparece tanto p mim. considerando como um disco de rock, está do caralho. foda-se se é igual ao que todo mundo faz. é o PLACEBO fazendo o que todo mundo faz. A voz do molko é um destaque, como sempre!

  12. ruim é quem tá conhecendo placebo por esse cd…

    ainda bem que não é o meu caso.
    concordo com tudo. ou quase, porque pra falar a verdade, mal consegui ouvir o cd, antes de chegar na metade eu já cansei e resolvi escutar outra coisa. tá muito diferente do que é a ‘essência’ deles, e é justamente por ela que a maioria dos fãs gosta tanto, é o diferencial deles. é como se a hebe pintasse o cabelo de preto e não usasse mais laquê. (ok, ignorem isso). não aguento essas palminhas e o corinho em espanhol, e as esticadas exageradas da voz no final de cada frase. até a voz do brian tá hetero demais! (é, eu achei que tá soando diferente… escuta burger queen e qualquer música desse cd!)quero o placebo placebo de volta, espero que vocês tenham razão, que o próximo disco eles voltem pra sua essência…

  13. Placebo eh foda e sempre vai ser!
    nao me importo pra quem vai conhecer eles por esse cd, o que importa sao os verdadeiros fans!
    esse foi o pior album deles, com certeza, mas eu adorei!
    ta diferente, mas com certeza tem o Placebo la no fundo!
    e espero que eles façam mtos mais albuns!

  14. É… concordo com muito do que você escreveu. Mas espero, sinceramente, que eles não obtenham êxito na tentativa de alcançar as massas e que o Brian volte ao seu estado normal. Bah, não que eu condene a ganância… mas se é para ter ganância, que não seja só pelo dinheiro, mas por música de qualidade! We don’t need Brian to make Placebo a popular band, we need him to keep giving us a reason to live! Brian Molko, I DO LOVE YOU but you are hurting me… Bye, I hope to see you on stage soon and singing the old ones!

  15. recentemente estou ouvindo Placebo direto… e como fã esse albúm me decepcionou e olha q ue já “dei um tempo” e resolvi voltar a ouvir e prefiro albuns anteriores. Isso tudo é culpa desses adolescente de hoje em dia que o obrigam as nossas banda favoritas a se enquadrar com o perfil de hoje, e na verdade esses adolescentes do século 21 que deveriam se adequar com os sons de antigamente, e por causa dessas mudanças na goma musical muitas bandas se sujeitam a esse tipo de coisa…é triste

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here