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Renato Frias: Um som e um alô pra rapaziada cuca feita

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Amigos, eu fiquei uns dias sumido aqui do site (explico em breve o porquê) e estava preparando um texto para hoje. Mas, sinceramente, não é possível falar de outra coisa. Vivemos um momento singular na história do nosso país, no qual a galera que fumava maconha no CA da sua faculdade está indo às ruas abraçada à galera que curte ir pro bar ver MMA e pedir aquela torre de chopp esperta. A imensa diversidade de pessoas que aderiu às manifestações está diretamente relacionada à pluralidade de bandeiras levantadas nas ruas. As manifestações começaram por conta do aumento abusivo do preço das passagens de ônibus em algumas cidades, mas agora reúne o mais variado número de brasileiros “insatisfeitos”.

Duas coisas são importantes em um quadro como este: a primeira é manter-se atento e forte. Estas manifestações tem algo de divino-maravilhoso, mas não podem render apenas um lembrança gostosa da qual vamos nos lembrar no futuro, não podem ser traduzidas apenas em fotos no Facebook. Que isso tudo que temos acompanhado seja realmente um turning point e que fique claro para todos nós que podemos nos organizar sempre que quisermos para lutar pelo que nos for de direito. O exercício político é diário e a nossa geração tem em suas mãos possibilidades de articulação que nunca existiram antes. Os instrumentos estão aí. Todos nós somos potenciais criadores e difusores de informação através das nossas câmeras e das redes sociais. Façamos uso disso.

A outra coisa importante é não deixar que o movimento seja cooptado pelos oportunistas de plantão. Já tem jornalista, político e “”artistas”” querendo tirar uma casquinha dos últimos acontecimentos. Apresentar uma imagem parcial de todo o movimento, puxando o lado para os seus próprios interesses. É o risco que se corre quando se forma um movimento tão amplo. Estejamos atentos.

Mas, vamos lá, como estamos na RockinPress, obviamente não poderia deixar de trazer um pouco de música pra vocês. Nesses dias, quando não pude ir às manifestações, acompanhei as notícias pela internet. Enquanto me informava – principalmente através de outros amigos, pelas redes sociais, vale dizer –, de fundo eu deixava rolando alguns sons, digamos, inspiradores. Bem, listas de músicas políticas não vão faltar nos próximos dias. Mas bem, esta é a minha. Espero que inspire ou, pelo menos, sirva como um brinde, pois, sinceramente, sinto-me muito otimista.

01- Patti Smith – People Have the Power
02- Sergio Sampaio – Eu quero é botar meu bloco na rua
03- Gil Scott-Heron – The Revolution Will Not Be Televised
04- El Efecto – “Pedras e sonhos”
05- Stevie Wonder – Living for the City
06- The Clash – Police & Thieves
07- Quinto Andar – Rap do Calote
08- John Lennon – Working Class Hero
09- Public Enemy – Fight The Power
10- Bob Dylan – The Times they are a Changin’
11- BNegão & Os Seletores De Frequência – O Mundo

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Guitarrista da banda O Padre dos Balões e DJ das festas Labirinto e Baile do Bené. Trabalho com música porque gosto, escrevo quando me convidam e para ficar rico dou aulas de Geografia na rede estadual de ensino. Ou seja, sou pobre mas sou feliz™.

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