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R.Sigma, Dorgas, Wannabe Jalva e Eskimo @ R.Sigma+1, Espaço Acústica, Praça Tiradentes-RJ 28/07/2011

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Dorgas (foto por Pedro Souza)

Eu estava conversando com o Titi (@TomateMaravilha) e o Felipe Puperi (guitarra e voz do Wannabe Jalva) e chegamos a uma conclusão: público é foda. Noite agradável de quinta-feira. Temperatura amena, sem transito no caminho e com promessa de um evento lindo. No lineup, bandas que por si só já dizem muita coisa na cena atual. No público, bandas, produtores, imprensa e amigos. Estava ali quem realmente se interessava por uma cena mais intensa, fervorosa e sabe o sentimento e realização de ver uma casa cheia de pessoas para ver bandas indies.

Os fãs é que faltaram dar as caras. Os que querem conhecer novos sons – que era a proposta do evento – não compareceram. Foram poucos gatos pingados dispostos a ver as disparidades da cena independentes, os improvisos e a magia de subir no palco e tocar com uma boa iluminação, um som com qualidade e, quem sabe, um público insandecido. O Dorgas, atração de abertura, parece não ter entendido o clima do lugar e tocou suas músicas enquanto lutava com problemas técnicos. A banda parecia murcha e encerrou seu show quando a fonte da guitarra de Gabriel Guerra quebrou, terminando com o ânimo dos outros músicos. As novas músicas começam e tomar, de vez, conta dos shows.

Eskimo (foto por Pedro Souza)

Já o Wannabe Jalva estava cheio de energia, simpático e atencioso. Só faltou ter baterista, pois Fernando Paulista teve problemas pessoais e voltou correndo para sua cidade natal. O músico ainda tentou embarcar e pegar o show da noite, o que acabou não acontencendo, sepultando o primeiro show da Wannabe Jalva em terras cariocas. Poderiam ter voltado para casa mais cedo, mas a banda preferiu ficar na cidade e acompanhar o evento, como todo bom músico deveria fazer.

Com a falta, quem subiu ao palco na sequencia do Dorgas foi o Eskimo, trazendo meia tonelada de equipamentos, praticamente. Violões, guitarras, cavaco, inúmeros pedais e teclas, acabaram por dificultar a vida do técnico de som e trazer muita microfonia aos ouvidos. Patrick Laplan colocou seu baixo no talo e por vezes tapou o volume vocal e da bateria. As músicas são algo quase pagode e perto do metal, sem muito poder definir o ponto determinante com um simples rótulo. Os arranjos são a cereja de um bolo sonoro doce, como o vocal de Cauê Nardi, mas com recheio surpresa, dependendo de onde a música irá te levar.

R.Sigma (foto por Pedro Souza)

Sobre a última banda, posso encher a boca e dizer com gosto: O R.Sigma foi belo. Tanto quanto eles me deixaram na primeira vez que os vi ao vivo, tanto como todos os shows da banda. É incrível o sentimento real que cada acorde torto das guitarras passa, cada movimento quase coreografado do vocalista Castello-Branco consegue exprimir de ser corpo; cada improviso que a banda insere em suas músicas. Tudo é muito interessante, acompanhado por um tímido coro que, ao diminuir a música, torna-se mais fácil de entender.

Castello-Branco canta como se recitasse um mantra ao mesmo tempo que estivesse possuído pelo espírito da música, sem se intimidar nas improvisações inesperadas que a banda consegue criar. Interessante como olhares e sentimento momentâneo decidem a duração dos solos e consequentemente das músicas, fazendo com que cada show seja algo único, confirmando o porque da promoção do evento em dar entrada vip para quem não conhecer o som da R.Sigma. Eu não estou enchendo a boca para falar isso porque eles são os donos do evento. Estou dizendo que o que eu vi foi realmente algo sincero e verdadeiro, como o discurso sobre a cena independente que Tomás Troia (guitarra) e Castello-Branco declamaram.

Verdadeiros são aqueles que estiveram lá, acreditaram no evento e nas bandas. Deram a sua contribuição. Sei que muita gente vai dizer que estava sem dinheiro, que a mãe morreu, que tinha que trabalhar no dia seguinte ou que foi levado por um disco voador. Foda-se. O evento tem várias edições já prontas e marcadas, com bandas tão legais quanto tiveram nesta noite e tenho certeza que você não vai se arrepender de presenciar shows tão legais quanto os que eu já vi/verei no R.Sigma+1.

4 COMENTÁRIOS

  1. Realmente uma pena o publico fraco, estava no show mas fiquei pouco tempo, a ponto de ver só a primeira banda, que achei engraçado, uma banda tão boa e criativa sendo atrapalhada por um problema tão pequeno que é uma fonte de guitarra, quero ver-los em uma proxima situação sem que isto aconteça. Abraços e parabéns pelo blog!

  2. pois é, tinha tudo para dar certo mesmo – mas vamos combinar que esperar 1h30 para um show começar faz com que qualquer público desanime!

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