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O que esperar dos shows nacionais do Lollapalooza (2º dia)

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Textos por Marcos Xi e Lucas Lanzoni

Na véspera do Lollapalooza Brasil, o RockInPress já está concentrado em São Paulo para cobrir os principais shows nacionais do evento, que acontecem no Autódromo de Interlagos.

Após discorrermos o que esperamos dos shows nacionais que ocorrem amanhã (primeiro dia de festival), apontaremos mais ou menos o que deve acontecer nos shows do segundo dia de festival, Domingo. O intuito é atualizar vocês do que cada atração coné e como entrar no espírito do show.

12h45 – O show do Apanhador Só, que toca no Palco Interlagos, é sem dúvidas um dos grandes destaques nacionais no Lollapalooza desse ano. Desde seu primeiro disco, lançado em 2010, a banda apresenta uma identidade própria. Porém, foi com o Acústico Sucateiro, de 2011, que o grupo encontrou seu caminho no experimentalismo e se permitiu reinventar sua sonoridade. Ano passado, com Antes Que Tu Conte Outra, os gaúchos ganharam destaques na imprensa nacional e foram indicados em diversas listas de Melhores do Ano, inclusive na nossa, em que ficaram em primeiro lugar.

Espera-se da banda uma apresentação enérgica e animada, que deve ser pautada principalmente pelas músicas do último disco. Ao vivo, a Apanhandor Só ganha evidência pela característica de misturar instrumentos convencionais com barulhos criados por outros objetos nem sempre vistos em palco. Músicas como “Vitta, Ian, Cassales”, “La em Casa Ta Pegando Fogo”, “Despirocar” e as divertidas “Liquido Preto” e “Torciolo” devem ser os pontos altos do show. Ao lado dessas, a banda deve incluir ótimas canções dos álbuns anteriores, entre elas “Um Rei e o Zé”, “Nescafé” e “Paraquedas”, essa última do compacto lançado em 2012.

13h30 – Se existe uma banda que se mantém firme e forte nos moldes das grandes bandas de rock brasileira atuais – lê-se vivendo do passado e mantendo o mal nível nos trabalhos inéditos – é o Raimundos. Mesmo com um recém lançado álbum de inéditas, o que se espera da banda é um desfile descomunal de hits, bate cabeça e nego suado em plena a tarde de domingo – isso se não for na lama, por que aí teremos a perfeita fusão do Monsters of Rock com o Glastonburry em plena  São Paulo. Isso é ruim? Definitivamente não. É mais um atrativo para se sentir no completo clima de festival.

No palco, o que podemos dizer do Raimundos é que eles não vem para brincadeira. Posicionados num ingrato e desmerecedor horário, com pouco tempo de apresentação, a banda deve começar com o pé em baixo tocando o maior hit da carreira, “Mulher de Fases”, do arrombo musical que os colocou na mídia chamado Só Nos Forévis, disco de 1997 marcado por sucessos enfileirados sem o menor pudor. É garantia também não sentir saudades de Rodolfo, ex-vocalista da banda, já que é mais provável ouvir mais gritos em coro do público do que a voz do Digão, atual líder.

13h30  –  Um era engomadinho e o outro sinônimo de loucura. Um tocava bonitinho e o outro curtia mesmo uma sujeira. O que o Brothers of Brazil faz é diferente, seja musicalmente seja com o caminho que decidiram seguir. Enquanto João curte sua mpb, com seu violão erudito, sempre bem definido, Supla faz reality show para escolher namorada, faz cara de mal como um legítimo punk inglês e mistura o português com o inglês como se ambas fossem uma única língua. No palco, dispensam o baixo e fundem todas suas influencias para mostrar um punk mpb para gringo ver e achar divertido e brasileiro crer que está sendo valorizado. Não me assustaria se o pai deles, o político Eduardo Suplicy fizesse participação especial cantando Racionais MCs.

É interessante que, mesmo com berço esplendido, resolveram seguir por si mesmo, encararam o Do It Yourself e foram para os Estados Unidos batalhar como uma banda qualquer, mostrando seu som desde garagens até os palcos mais concorridos. Os clipes gravados em iPads e iPhones pelas estradas dos EUA tratam bem a estética da banda, principalmente neste segundo álbum, que deverá dar o tom do show. Eles chegam ao Brasil com um show explosivo, surpreendente e bastante mistura. Dá para dançar, dá para bater cabeça, dá para cantar em coro e dá para sambar, e por isso que eles definem bem a cara do Lollapalooza.

14h00 (Workshop) e 16h00 (Show) – Para quem quiser ouvir o som diferente e variar um pouco das guitarras distorcidas e outros instrumentos habituais em um show, o grupo de percussão corporal Barbatuques não deixa a desejar em nada para as outras bandas dessa lista. Formada em 1995 pelo musico paulistano Fernando Barba, eles se utilizam do próprio corpo para criar sons e ritmos impressionantes.

Em suas apresentações, o Barbatuques interagem muito com o público, que contribuem diretamente para o espetáculo ao repetir os comandos das percussões dos artistas. Para conferir, é só passar pelo palco Kidzapalooza. Antes do show o grupo dará um workshop, que é para ensinar os principais movimentos e ajudar o público a entrar no ritmo.

14h45 – Formada em 2009 em Fortaleza, a banda Selvagens à Procura de Lei toca logo após a banda de Supla e João Suplicy. O contraste será imediato. Os cearenses abusam das distorções e, por mais que o show dos Brothers seja agitado, levantarão o ânimo do palco Interlagos.

A apresentação deve trazer as composições do disco homônimo lançado em 2013, dos singles “Brasileiro”, com uma letra de críticas sociais e políticas, e Mucambo Canfundó, com várias referenciais a cidade natal da banda.

Os músicos se alternam no vocal em diversas músicas, o que confere boa dinâmica às apresentações ao vivo, que também trazem variações interessantes aos arranjos originais.

15h00 – Da ala das rimas no Lollapalooza, o Cone Crew se destaca. Enquanto que nos bastidores são tratados como o Guns n’ Roses do rap (sabia que eles são persona non grata em diversos hotéis e empresas aéreas?) os caras trazem a nova ala do rap carioca para São Paulo, num festival que, alias, não terá representante local do estilo. Com um grande número de fãs vindos da classe média e um forte apelo visual criado pela viralização da marca em camelôs, chegam forte mostrando faixas do seu vindouro segundo álbum, em pré-venda atualmente.

Se na quarta alguns dos integrantes eram vistos com facilidade no show do chilli-dream pop Washed Out no Cine Joia, no palco vai ser ainda mais fácil. Com movimentação intensa e presença de palco forte, a turma consegue trazer o público para junto de si com facilidade e bastante liberdade pra cabeça. O discurso é bem parecido com o de Marcelo D2, padrinho da banda, e sua liberação da erva natural. Então não se importe com o cheirinho e compartilhe uma boa ideia neste show.

Clique e ouça.

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