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Matéria: Fãs, vale a pena se dedicar tanto assim?

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O que seriam as bandas sem os fãs? O que seriam as gravadoras sem os fãs? O que seria a música sem os fãs? O que seria o blog sem você?

Fãs da Madonna aqui no Brasil, até de baixo da chuva!

O mundo está repleto de fanáticos pelos sons que uma banda faz. Essa admiração se converte em vendas de ingressos de shows, produtos oficiais (para os fanáticos mesmo, só produtos oficiais), cds, eps e singles importados, posters e por fim, homenagens.

É aí que entra a questão que esse blog quer levantar. Vale a pena homenagear sua banda favorita? Você será reconhecido e seu trabalho gratificante? A banda vai ver e agradecer? Vale pagar esse mico?

Com a internet, a distância foi encurtada a um simples clique no myspace do artista e lá você encontra desde fãs agradecendo aquela nova música de sua vida até às queridas homenagens. Uma das bandas com mais fãs fanáticos e que atraem multidões, é o Muse. Para você ter uma idéia, na Inglaterra é feito um dos maiores Sing alongs (vários fãs se encontram para cantar as músicas de seu artista favorito numa praça pública) do mundo. Aqui no Brasil, os fãs se encontram num estúdio e tocam as músicas da banda. O seu blog fez uma participação no primeiro, que foi na semana dos shows do Muse no Brasil e do último, no último final de semana. E mesmo sem nunca o Muse sequer saber desse encontro, as pessoas se juntam para celebrar o som que os contagia.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=Rdk8cvJ5tFg&feature=channel_page]Fãs do mundo todo, incluindo Brasil, fizeram um vídeo para o vocalista do Muse em seu aniversário de 2006

Trocando um rápido papo com uma das donas do site Muse Brasil , descobri que, por exemplo, já foram feitos diversos vídeos de aniversários para os integrantes. O primeiro você viu aí em cima, o segundo, do aniversário do baterista Dominic Howard desse ano, você vê clicando aqui. Mas não pára por aí. Em 2007, fãs brasileiros mandaram diversos cartões postais (mais ou menos 15 cada fã) para o escritório da banda em Londres, dizendo “Muse in Brazil – When?”. Umas duas semanas depois, numa entrevista, a banda disse estar pensando em vir para o Brasil e  que eles vinham vendo muitas coisas nos forums e em outros lugares de fãs no Brasil pedindo isso… Gratificante não? Ainda mais com a promessa cumprida uns meses depois.

Perguntei para Iv, a já citada dona do Muse Brasil,  se o custo de  manter um site e estar sempre correndo atrás da banda para saber o que acontece e informar aos outros é válido, e a resposta foi direta: “Nunca considerei perda de tempo, até considero o contrário. E na minha opinião vale a pena sim. Me abriu muitas portas e me proporcionou experiências que nunca achei que ia ter alguma vez na vida e isso definitivamente não tem preço… Os custos que eu tenho com o site não são nem 50% do que eu recebo em troca… dos fãs, e da banda também.” Eu, modestamente, já fui um dos donos do Deftones Brasil, e digo que no show deles no país, ano passado, teve fã pagando minha passagem para São Paulo e outros pagando meu ingresso, só porque eu informava ao país todo o que acontecia com a banda. Além disso, no mesmo ano de 2007, eu também participava do Incubus Brasil e fui ao camarim dos artistas conhecer meus sonhados ídolos. E você ainda acha que não vale a pena? Ah, claro, organizado pela gravadora Warner do Brasil, o pessoal do Muse Brasil conheceu a banda também. E numa outra jogada, em 2005, o pessoal do Placebo Br, que atualmente sou Administrador, conheceu o Placebo.

Pedro Cotta, Rodrigo Amarante e a Latinha de Antarctica

Tem fã que vai ao show que der ou mesmo a todos. O nosso querido Pedro Cotta, o cinéfilo do blog, já foi em 17 shows do Los Hermanos e um do Marcelo Camelo. O pessoal do Muse Brasil foi nos shows do Chile, Argentina e os 3 do Brasil. Duas administradora do Placebo Br foram em 5 dos 7 shows da tour da banda no nosso país no ano de 2005. E até numa já citada peripécia, Luíz César, dileto amigo e guitarrista do Manacá, já correu com o carro junto com a vocal da banda, Letícia Persilles, atrás da van do Incubus ano passado. Conheceram a banda no hotel.

Eu tenho visto correr pelo grande mundo da internet um movimento chamado “Beirutando na Praça”. Desde a divulgação do som do Beirut no nosso país, os fãs da banda vêm crescendo a cada segundo e já se organizam para criar o seu próprio Sing aLong. Onde em diversas praças do país se encontrarão no dia 7 de fevereiro de 2009 e tocarão as músicas do Beirut, numa bagunça gostosa, com instrumentos acústicos e canto em coro. E olha que 90% dos fãs de Beirut nasceram há 2 semanas atrás.

Com base nisso, acredito que realmente há motivos para se homenagear seu artista. Um mico ou uma graça não são mais gratificantes que ver seu ídolo de perto, ao vivo ou segurando sua mão, e saber que seu trabalho foi reconhecido e bem feito. No fim, a música cria amizades, vínculos e traz emoções. E se não der certo, tudo vira uma grande brincadeira. As lembranças que eu guardo dessas passagens, agora estão emolduradas na minha parede.

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

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