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Mahmundi @ Comuna, Botafogo-RJ 15/06/2012

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Talvez o céu tenha esperado para abrir logo no primeiro show da Mahmundi. O convidativo caminho até a Comuna se torna bem mais fácil quando sabemos que lá encontraremos o clima caseiro e amigos que não vemos há algum tempo. Talvez esta linha de pensamento não tenha feito tanto sentido para Marcela, em vista do nervosismo que a consumiu na primeira batida de “Fotografe”.

Linda numa sedutora roupa preta, Mahmundi deu os primeiros acordes para aqueles que gostariam de saber como uma das maiores revelações do ano se portaria ao vivo. Acompanhada por um laptop nas batidas, Lucas de Paiva no sintetizador e Felipe Vellozo no baixo, Marcela pareceu se distanciar das semelhanças com o projeto primo SILVA, se baseando num formato de banda que traçou uma linha perfeita entre o orgânico e o eletrônico.

O público, formado basicamente por amigos, jogava ao lado da cantora e gritava para cada integrante palavras que ao mesmo tempo envergonhavam e incentivavam, tirando toda a pressão da estréia. A acústica imprópria da casa e microfonias aleatórias não atrapalharam o brilho da apresentação que pareceu ser feita em formato ‘ensaio e para amigos’.

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Desaguar

“Calor do Amor”, terceira do repertório, entrou na casa lavando qualquer dúvida do que sairia daquela interminável fila de teclados no palco. A canção entrou no ouvido com a segurança de quem conquistaria as pistas de dança e o gosto de fãs da MPB com tranqüilidade – reflexo de um EP colorido e sem estilo definido. “Corre Corre”, da Rita Lee, estava no repertório como se fosse uma canção da própria Marcela, visto pela facilidade de encaixe e execução da canção em cima da estética Mahmundi de compor, sendo uma das boas surpresas da noite.

A mais conhecida, “Desaguar”, ganhou um belo coral do público, surpreendendo a cantora, que aproveitou para fazer brincadeiras com o bordão de Ivete Sangalo: “Poxa, vocês vieram!”. Fechando a primeira parte do show, “Leve”, ainda inédita, veio trazendo a destreza musical e a coragem de se arriscar e se reinventar dentro de seu próprio som. Nesta canção, Marcela abdica da batida eletrônica, colocando na frente dos auto falantes diversas camadas de guitarras com repetidor sonoro, terminando a canção com uma linha de voz harmoniosa também baseada no pedal de loop e digna de aplausos efusivos.

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Quase Sempre

O clima de amizade estava tão evidente, que Marcela fez questão que o amigo e DJ Yugo subisse no palco para cantar sozinho, como num Karaokê, qualquer faixa que ele escolhesse: “Calor do Amor”. “Felicidade” terminou o show com o gosto de ‘quero mais’ latente do EP, fazendo a banda tocar novamente “Desaguar” para a felicidade dos presentes.

As 100 cópias numeradas do EP (remasterizado, com mais dois remixes e uma canção inédita) pareciam que iam voar após a lotação do show esgotar. A cantora que subiu no palco séria e nervosa passou a expressar um sorriso largo, enquanto que os amigos se orgulhavam de até onde aquela simpática técnica de som do Circo Voador chegou. Este foi só o ensaio e muito em breve, Mahmundi estará pronta para tomar o mundo.

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

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