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Circuito Banco do Brasil para o mundo: Red Hot Chili Pepers, Rodrigo Amarante, Yeah Yeah Yeahs, Titãs e muito mais

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O Circuito Banco do Brasil fez sua quarta edição do festival no Rio de Janeiro, dia 9 de novembro. Mesmo com ingressos esgotados o evento trouxe organização e comodidade ao público carioca, que pode se movimentar pelo Parque dos Atletas sem tumultos, contando com vários funcionários responsáveis para fornecer informações, e bares com preços acessíveis espalhados por todo o festival, o que evitou grandes filas.

Unindo música, esporte e cultura, o festival deu início as suas atividades logo cedo, com a etapa carioca da Copa Brasil de Skate Vertical. Os profissionais competiram durante todo o dia para garantir prêmios de até R$10 mil e uma vaga para o Red Bull Vert Evolution. O público também teve a chance de ver uma exposição com projeções enormes e interagir com elas através de movimentos e toques.

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No Palco Brasil, Rodrigo Amarante fez o primeiro show do dia. O ex-Los Hermanos abriu seu repertório com a melancólica “Irene”, que assim como todo o seu cd solo “Cavalo” destoa das demais atrações do festival. Mesmo com um público a espera de muito rock, gritos e agitação, Amarante prendeu a atenção de todos com sua calmaria. Ao interpretar “Evaporar” de seu projeto anterior com a banda Little Joy foi possível perceber um tímido coro da platéia que o acompanhava. Em seguida, o baiano Tom Zé subiu ao palco para fazer participação com suas músicas “Mãe Solteira” e “Augusta, Angélica e Consolação” atento aos seus rascunhos para não tropeçar nas mudanças que fez em trechos para o dueto. Ao retornar para sua setlist, Rodrigo encerrou sua tour brasileira com “Maná” em ritmo descontraído e dançante.

A banda seguinte a se apresentar foi Detonautas Roque Clube, que já chegou no estilo “pé na porta” abrindo o show com a recente “Forever Alone”. O grupo apresentou mais uma vez sua postura atuante em relação a política e a avalanche de protestos que desencadearam em 2013. Tico Santa Cruz e DJ Cléston vestiram a máscara do V durante o show e parabenizaram o evento pela coragem de os colocarem no festival sem nenhum tipo de censura. Fãs eufóricos apoiavam o discurso do vocalista contra o governador do RJ com gritos de “Fora Cabral!”. O repertório do show incluiu grandes sucessos do grupo, além de covers de Raul Seixas, Ultrage a Rigor, Legião Urbana, Rage Against the Machine e Charlie Brown Jr, numa homenagem ao saudoso Chorão.

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Para começar as atividades do Palco Circuito, Raimundos! A banda começou o show com seu maior hit, “Mulher de Fases” e tirou toda a galera do chão. Digão fez questão de frisar: “Hoje é dia de Rock´n Roll no Rio de Janeiro!”e em Palhas do Coqueiro pediu que abrissem a clássica “rodinha”, o que resultou numa enorme área frente ao palco, livre para o “bate-bate”. A interação com o público não pode deixar de contar com piadinhas infames que tivessem ligação com as músicas, o que levava todo mundo ao delírio. O setlist dos Raimundos seguiu com uma sequencia de singles que a maioria saberia cantar de cor sem o mínimo esforço, como todo show de festival tem que ser.  Em “Tora Tora” Digão dedicou a música em apoio a volta da Rádio Cidade, que segundo ele foi a única rádio que executou a faixa.

Para fechar as atrações do Palco Brasil, Scracho. A banda vencendora do concurso “Som Para Todos” trouxe ao festival uma amostra de seu novo cd “Boto Fé” que foi financiado pelos seus fãs através do projeto Catarse. Em seu tempo curtíssimo a banda ainda conseguiu mostrar uma versão de “Selvagem” dos Paralamas do Sucesso, numa roupagem bem atrativa.

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Os rockeiros veteranos dos Titãs subiram ao Palco Circuito para apresentar seus 30 anos de carreira. De “Marvin” a “Epitafio” com uma passada pelo cover de “Aluga-se” de Raul Seixas, a banda fez uma viagem no tempo com canções que marcaram várias gerações. Talvez o cansaço tenha dado o ar da graça pela platéia, pois era fácil encontrar vários grupos deitados pelo gramado. Ainda assim Titãs fizeram um show com muita presença e animação, sempre dispostos a falar de amor, política, e todos os acasoa da vida. Tudo isso graças a interação permanente entre Paulo Miklos, Sérgio Britto, Branco Mello e Tony Belotto.

A penúltima apresentação da noite ficou por conta do Yeah Yeah Yeahs e a voz da performática Karen O, que abusou de caras e bocas com seu figurino nada discreto. Embora o esforço de mostrar um show com grandes hits, a banda não agradou muito o público carioca. Entre vaias e resmungos, tudo acabou sendo um show arrastado pela ansiedade dos fãs da grande atração da noite.

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Finalmente, chega momento mais esperado da noite! Os californianos do Red Hot Chili Peppers sobem ao Palco Circuito apresentando uma Jam de introdução. A banda valoriza seus momentos de improviso e repete a façanha durante todo o show. O Parque dos Atletas cantou a uma só voz “Can’t Stop” e deu mais gás a banda. O baixista Flea fez questão de interagir com o publico e declarar seu amor pelo Brasil. Em seguida, a querida “Dani California” que contava com projeções dinâmicas ao fundo de imagens dos integrantes em tempo real com efeitos de cor e movimento para ilustrar a trilha. A clássica “Otherside” veio Chad, baterista do quinteto foi a mira dos flamenguistas presentes com gritos de “Mengo!” e bandeiras ao alto, depois da gafe cometida num show anterior. Sem saber do que se tratava, após receber uma camisa do time, Chad fez gestos que não agradaram muito os torcedores mais fervorosos.

Dois anos depois de sua última apresentação com a tour ” I’m With You” no Rio de Janeiro, é possível constatar que a banda ganhou mais entrosamento entre si e com o público carioca. Se antes os fãs se queixavam da falta de John Frusciante, agora pode-se dizer que o tímido Josh Klinghoffer, que o substituiu, encontrou seu lugar na banda e se sente mais a vontade no palco. Em “Under The Bridge”, Josh foi ovacionado pelo público com seu solo inicial ajoelhado aos pés de Anthony.

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Para abrasileirar o repertório, a banda apresentou “Did I Let You Know”, música do último cd que conta com Mauro Refosco na percussão e traz todo um gingado que só se vê por aqui. Para prosseguir, “Californication” foi iniciada numa improvisação entre Flea e Josh ritmada pelas palmas do público. A primeira parte do show fechada com a tão esperada ” By The Way”. O que mais se via eram pulos dos fãs eufóricos, meninas aos ombros e algumas tentativas cômicas de passos semelhantes ao do personagem principal do clipe da música. De volta ao palco para o bis, Flea volta ligado em 220 volts plantando bananeira. A sequencia final veio numa mistura de ritmos. A provocante “Suck my kiss”, a romântica “Meet me at the corner” e finalmente o single que mais define a identidade da banda: “Give it away”.

Foi sem dúvida uma grande noite para ambos os lados, devido a nítida sintonia. Ídolos e fãs se despediram num clima gratificante.

Texto e fotos por Monique Dias.

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