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Bidê ou Balde e a explosão do público paulista

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Hélio e Rodrigo - Foto: Fabio Junior
Bidê ou Balde - Foto: Fabio Junior
Bidê ou Balde – Foto: Fabio Junior

O show estava programado para começar as 21h30, a Augusta estava começando a ter sua movimentação e a fila do Beco 203 já estava grande, não esperava por um público como aquele.

Ao entrar estava tocando Tim Maia, acreditei que a noite poderia ser realmente boa. Uma amiga então ganha um CD da banda e quem a presenteou disse que tentou pegar autógrafo, mas “aquele escroto não foi educado”, relevamos. O Dj então muda radicalmente para um hit do último disco do Strokes, e vejo que a galera se animou mais com a banda do que com o desbocado brasileiro.

Procurei um lugar junto do grupo que estava, acompanhava uma fã da banda que saiu de uma das cidades da grande São Paulo apenas para assistir a apresentação, a noite era do Bidê ou Balde. Confesso que não sou muito assíduo na audição das músicas, mas estava com alguns hits na cabeça e disposto a ouvir o show de maneira receptiva.

A apresentação fazia parte de uma turnê pelo estado de São Paulo para divulgar o disco ‘Eles são assim. E assim por diante’. E foi logo a primeira faixa desse disco que se pôs a tocar. +Q1 amigo foi cantada pela plateia junto dos membros que vestiam trajes sociais.

Por um momento foquei no vocalista, Carlos Carneiro e na sua backing vocal e tecladista Vivi Peçanha e imaginei que eles tinham um tom nostálgico, não pareciam estar uma banda em atividade, mas em uma reunião de membros que não saiam em turnê há alguns anos. No contraponto disso Rodrigo Pilla e Leandro Sá sustentavam com vigor. Logo, isso tudo se foi, e as energias foram misturadas, deixando meu devaneio de lado, percebi que todos estavam realmente animados para aquilo acontecer.

Carlos se apossou de um pepino, um milho e outros leguminosos de plástico que serviam como chocalho e também como ponto de referência por duas músicas e, então deu sequência com canções como Buddy Holly, É Preciso Dar Vazão Aos Sentimentos, Melissa, Microondas, Me Deixa Desafinar, Sr Promotor e Cores Bonitas que se encaixam com discursos entre uma e outra.

As canções se mesclavam entre as do novo disco, que já estavam na boca do público, e alguns hits. Eles entendiam que ali havia uma conexão, que foi facilmente catalisada em interações, pulos, aplausos e ritmo.  Vivi Peçanha emocionada chegou a agradecer aquela resposta do público: – Estar em São Paulo é estar em casa. Obrigada. E Carlos aproveitou a deixa para falar que os paulistanos eram loucos para enfrentar aquela cidade, que a vida no campo era muito melhor, puxando outra canção, sem perder o ritmo.

O espírito entre eles era de total caos, eles tinham o público em suas mãos. E em mãos, esse público não carregava nada. Havia poucos celulares e câmeras, estavam ocupados em curtir realmente o que acontecia ali. Carlos que chegava a cuspir na plateia a cada interação, não parou. Levantou a caixa de som, abraçou um dos seus guitarristas e interagia com tudo e todos.

Em um momento eles resolveram tocar À La Minuta All The Time, uma canção nunca gravada e que sempre é modificada por eles ou pelo público, não parecia nunca acabar, mas era isso que o público queria que isso nunca acabasse.

O sentimento de fim já havia chegado, eles então anunciam uma canção mais do que especial na trajetória deles, mas que desta vez irá ter a participação de Hélio Flanders, do grupo Vanguart. A música era Mesmo que Mude, que o cuiabano confessou ter um apreço:

Vídeo por Scream & Yell

Após aquela canção, a banda se retirou do palco. O público sabia que eles iriam voltar, e então continuou a entoar o refrão da última música. Em menos de um minuto eles retornam e anunciam que vão tocar mais três. Hélio ainda participou timidamente de uma versão de Money (That’s What I Want) do Barret Strong.

A banda então tocou a penúltima e fechou com Bromélias para emocionar o público. Foram duas horas de show, quase sem pausas. Apesar do cansaço físico que alguns membros demostravam, ocorreu ali uma experiência.

Bidê ou Balde é um grupo que vem cativando seu público com o passar dos anos e que ainda tem vontade de fazer mais e mais, conquistando muita mais gente, com seus hits chicletes dançante.

3 COMENTÁRIOS

  1. Bidê ou Balde está na minha lista de shows para assistir antes de morrer desde a época do Acústico MTV Bandas Gaúchas e ler a resenha só aumentou a vontade ;D

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