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A Pintura de Bluewhite: “Third Star”

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bluewhite

Depois de incontáveis anos de peregrinação, do underground de Porto Alegre para as ruas de Hollywood, das bienais asiáticas à sua volta ao Brasil, Pedro Paiva, agora como Bluewhite, acha sua voz pela primeira vez. Após o fim da banda Colorir, o cantor ficou quatro anos sem ao menos tocar um instrumento, mas em apenas dois meses, as canções apareceram uma por uma e assim nasceu “Third Star“.

Você pode escutar o disco no fim no post ou baixar, clicando aqui.

Nesse  bate-papo, que começou ao acaso, Pedro conta sobre sua vida de andarilho, o hiato musical e todas as influências presentes no seu primeiro álbum solo.

RockinPress: Porque a Banda Colorir acabou?

Pedro Paiva: Ela precisava acabar, a música foi se desintegrando até desaparecer. Nós tocamos pelo mundo todo, principalmente pela Europa e Asia e depois fomos ficando “artísticos” demais. A ponto de ficar inaudível e pela nossa sanidade, decretamos o fim. Fiquei 4 anos sem tocar num instrumento.

Porque ficou 4 anos sem se envolver com música? O fim do Colorir coincidiu com o ápice da sua veia musical?

Eu vinha tocando sem parar desde 2002, morei em Los Angels por causa da música, aí depois veio o Colorir e como já falei, bateu uma exaustão. Fiquei trabalhando por alguns anos e estudando/lecionando, e isso me trouxe alívio. A música tem um peso pra mim, o peso do destino, um pouco de medo em aceitar o destino.

O Bluewhite é uma tentativa de voltar a ser audível? 

O Bluewhite é algo muito espontâneo, um misto de pop e folk por natureza. Fiz essas canções com o violão e pelo amor a música, sentia que precisavam ser feitas, foram elas que vieram até mim e acredito que agora estão satisfeitas de estarem com outras pessoas.

E as influências presentes em “Third Star”?

Eu gosto muito da cena post-hardcore, ou seja, caras de bandas de hardcore que fizeram um trabalho mais folk, como o Onelinedrawing, do Jonah Matranga (Banda Far), o trabalho do Cave In também. Trago essa pegada folk com o violão dedilhado e nas harmonias vocais em coro. E o lado pop sofreu influências direta da Lana del Rey e da Alicia Keys.

Pedro Paiva
Qual seria a faísca criativa para Third Star?

Estar apaixonado por mais de quinze anos. É um voo imaginativo no tópico do amor romântico. Aquele sentimento de viver o destino, de realizar-se através da beleza da música. Podem até falar que o disco é melancólico, mas é um amor melancólico, um amor do esperar.

Se o azul é esse amor do esperar, o branco seria o que? 

O branco é a reflexão, significa a lua, a imaginação que se expande quando olhamos pra ela. O azul é a saída do preto, da morte, da melancolia, em busca da imaginação. Então Bluewhite é uma imaginação melancólica.

Isso é pouco sobre seu percusso desde o Colorir? A saída do preto até reencontrar sua imaginação?

Não tinha pensado nisso, mas pode ser! Sempre fazendo musica com a mentalidade de quem pinta. Foi lindo e emocionante ver que os deuses, Eros e Afrodite, se lembraram de mim. Agente carrega uma imagem inata no coração e creio que é o mais belo de minha carreira. Gosto do disco do Colorir que chama “A clinica do olho”, é bonito e foi produzido pelo Buguinha Dub, porém  é diferente: é um belo que não é bonito. O Bluewhite é até erótico.

O nome do disco veio da onde? O que seria a terceira estrela?

O disco é permeado por referências alquímicas, Third Star é uma ideia que prefiro deixar aberta, sugere uma terceira presença. Socrates conversando com o seu Daimon, o seu anjo pessoal ou o demônio. Algo que não seja o ego consciente, que conhece a imagem inata que a pessoa deve realizar.

Então no caso as três luas seriam, vc o seu anjo e o seu demônio? Talvez a dualidade presente em vc?

É uma possibilidade, o anjo e o demonio são um e o mesmo. Também está relacionado ao mistério do um, do dois e do três, uma pessoa com outra, formam uma terceira entidade. Enfim, poderia filosofar essa ideia por horas.

O disco teve uma aceitação bastante interessante na China e no Japão, de onde veio isso?

Estive duas vezes na China com minha ex-banda. Com os contatos da vida apresentei o Bluewhite e ele foi muito bem aceito por lá. Lançaremos o disco e faremos uma turnê para China/Japão/Hong Kong/Taiwan até o final do ano, coisas da vida. Além disso o Bluewhite fechou um contrato de licenciamento em Los Angeles também, deve sair algo por lá em breve. Aqui no Brasil os downloads cresceram depois que o Lucas Silveira da Fresno elegeu o disco como o melhor do ano. Choveu jovens apaixonados no site.

Os músicos participantes são contratados ou ajudaram na produção?

O Bluewhite é um trabalho solo e conta com a produção do Diego Poloni, que produziu o disco novo da Apanhador Só. Ele e o André Zinelli, também do Apanhador, me acompanham no projeto.

Pra fechar essa entrevista, quais serão os próximos passos do BlueWhite?

Estamos filmando um vídeo para Third Star, que vai fechar uma imagem em torno da canção. Vamos filmar com o Davi Pretto, um cineasta aqui de Porto Alegre muito talentoso, a Tokyo Filmes, companhia dele fez 2 videos do Apanhador. O segundo será “Hollow”. Como componho que nem doido, já tenho um disco novo pronto com 12 musicas e vamos esperar o resultado de “Third Star”.

Ouça o disco:

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