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A New Rave que Amadureceu

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Álbum: Zonoscope

Artista: Cut Copy

Lançamento: 08/02/2011

Selo: Modular Records

Myspace: http://www.myspace.com/cutcopy

Rockometro: 8

2011 mal começou e o hype já está aí novamente! Os responsáveis por “fazer escola” no New Rave australiano e tirar o mofo dos synths estão de volta e, acredite se quiser, orgânicos como nunca estiveram. Parece que o Cut Copy não estava satisfeito só com os títulos de New Rave e Synthpop, e resolveu investir dessa vez em algo que conversa muito mais com o Indie Rock, sem perder sua grande ligação com a música eletrônica.

Zonoscope é daquelas obras que, logo de cara, mostra que a proposta é instigar o ouvinte. Cheio de influências e ritmos, porém com muito mais cara de pop que experimental, o Cut Copy diz logo que a ideia é fazer musica para dançar sim, só que dessa vez explorando novos horizontes. Os fãs que esperavam algo mais pista como “Feel The Love” e “Hearts on Fire” são obrigados a esperar até a faixa quatro, onde a banda mostra muito mais a sua identidade.

O álbum já abre com a contagiante “Need You Now” e sua introdução no sintetizador e no pandeiro te convidando a dançar sem parar pelos próximos 60 minutos. A música tem um daqueles refrãos grudentos e bem piegas que só o Cut Copy está autorizado a fazer, os ecos, a vibe “New Order”, está tudo lá. Zonoscope não perde em momento algum a identidade com os anos 80, só que aqui menos declarada que em Ghost Colours.

“Take me Over” tem uma pegada completamente diferente de tudo que já vi a banda fazer, porém não podia soar melhor. A mistura do som da banda com uns tambores e uns riffs bem divertidos, dão um ar bem descontraído à musica que propõe ao ouvinte ir para outra realidade. “Where I’m Going” que vem na sequência é igualmente divertida e tem menos ainda cara de  Cut Copy. Com uma guitarra que permeia algo meio anos 60, a música parece um grande devaneio do autor, acompanhado de vários “uhhh”, “oh”, “Yeahh” e trechos que se repetem continuamente.

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Em “Pharaohs & Pyramids” é onde enxergamos pela primeira vez claramente a banda e onde, digamos, a fôrma anos 80 começa a exagerar. A música é salva apenas por alguns trechos com cara de dubstep. E não para por aí, parece que “Blink And You’ll Miss A Revolution”, que vem logo na sequência, faz o combo da breguice com sua antecessora. Nessa já conseguimos enxergar um pouco mais da nova proposta da banda, porém o meloso refrão é uma coisa que realmente não dá para fazer vista grossa.

O interlúdio “Strange Nostalgia For The Future” é coisa rara de se ver. Tem um quê de Chillwave que lembra muito o último álbum do Ratatat abrindo caminho para a igualmente incrível “This Is All We’ve Got”. As duas também mostram um Cut Copy até então escondido e com um eletrônico que flerta muito com o Psicodélico e o Dreampop. “Alisa” tem os melhores riffs e mostra um sensato equilíbrio entre o eletrônico e o indie rock.

“Hanging Onto Every Heartbeat” é mais do mesmo, bem retro, com um refrão bem marcado e muito harmônico, porém nada mais do que isso. Nas duas músicas finais a banda recupera sua proposta inicial de fazer uma percussão diferente e à mistura a ritmos já conhecidos da banda. “Corner Of The Sky” e “Sun God” apresentam alguns elementos tribais fáceis de identificar em qualquer banda australiana, e que nesta última se perduram por 15 minutos de puro tribal beat e muitos sintetizadores.

No resumo é isso, se tem uma banda que nunca decepciona a cada lançamento é o Cut Copy, por mostrar não só o que já fazem muito bem, mas pelo interesse contínuo em inovar. Zonoscope tem uma perna e um braço no experimentalismo, mas mostra de longe que a banda amadureceu e está fazendo um som muito mais interessante e menos segregativo.

13 COMENTÁRIOS

  1. Cara, tava ouvindo a caminho do trabalho. Ainda tô na 7ª música e tô achando mais ou menos. Ainda não me pegou de jeito. Quem sabe na 2ª parte.

  2. nossa…
    chamar cut copy de new rave foi podre. vai ler mais sobre música antes de dizer uma baboseira dessas, amigo.

  3. realmente não li… já brochei no começo logo quando você cita a new rave, mas parei de ler depois que você falou que “pharaohs & pyramids” tem cara de dubstep. tsc tsc… foi-se a era de ouro do rockinpress.

  4. foi mal xi, mas seu site ja foi melhor. como editor de um site do nivel do rip, o minimo que voce tinha que fazer pra tentar melhorar de novo é vetar textos como esse… nunca vi nada tão ridiculo e sem fundamento

  5. Entendo suas críticas, Pedro, mas é complicado. Não achei o texto demasiado errôneo, e até concordo com ele. A parada é que essa equipe já teve 14 membros e hoje basicamente é formada por mim e ajudas exporadicas de outros 3 ou 4 amigos. Já estivemos perto de fechar e agora tentei enchergar um formato mais fácil que eu consiga atualiza-lo praticamente diariamente e não perca o foco. (Eu sou, além de blogueiro, músico e lojista, ao mesmo tempo). Não acho que o site está em sua melhor fase, mas é um serviço prestado amigavelmente que nunca nos deu um retorno real a ponto de outras pessoas poderem se focar nele e escreverem matérias e notícias sempre.

    É complicado, mas agradeço a crítica.

  6. ¬¬” Se soubesse q tentar rotular músicas causava tanto já tinha feito a mt tempo…

  7. a questão não é tentar rotular, jairo. é rotular corretamente. acho esse lance de ficar separando bandas por estilos uma bobeira, mas se for pra fazer, que se faça com convicção, não é mesmo? A não ser que você faça de propósito pra “causar” mesmo, como você disse. sim, porque cara, cut copy nem de longe lembra dubstep ou faz/fez parte da cena new rave. é completamente estúpido dizer isso.

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