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1PorDia: Thamires Tannous – Canto Para Aldebarã

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10154217_533247500040833_4876609341310976020_nFoto: Marcus Nascimento

 Já reparou como é difícil escrever Feliz Aniversário para sua mãe? Você a conhece tão bem, que acaba medindo cada palavra e nunca acha que traduziu suficientemente o que está sentindo. É exatamente assim que estou me sentindo agora, enquanto escrevo esta coluna. Conheço cada palavra, de trás para frente, cada história, cada um dos porquês. Só espero que fique bom o suficiente.

Começou faz muito tempo. Foram alguns meses de visita à casa de Dante Ozzetti, ouvindo referências, falando sobre o som que se queria atingir. Melodias lindas feitas com base em percussões árabes foram enviadas a letristas incríveis como Edson Penha, Estrela Leminski, Kléber Albuquerque, Luiz Tatit e assim por diante. Somado a isso, estavam lá músicas que já ganhavam os corações, como “Rio-Coração” (Thamires Tannous, Peter Mesquita e Edson Penha) e “Terra dos Sonhos” (Renato Teixeira e Almir Sater).

Thamires Tannous é cuidadosa, perfeccionista. Não poderia ser diferente com seu primeiro filho – o disco “Canto para Aldebarã”. A história toda começou em agosto de 2012 e foi sendo costurada até o dia de seu lançamento, em março deste ano. O resultado tem participações do próprio Dante – como produtor, arranjador e instrumentista -, Toninho Ferragutti no acordeon, Ricardo Herz no violino e Ivan Vilela na viola que encanta.

E não importa se é na alegre primeira faixa – que também dá nome ao trabalho – ou na rock’n roll “Ressaca”, existe uma personalidade que mistura a doçura de uma menina descobrindo novos caminhos à força de uma mulher que sabe bem o que quer e como chegar lá. Para mim, uma tradução nítida da própria cantora, com suas inseguranças e certezas.

O casamento que essa complexidade de sons, sentimentos e palavras faz é intenso e sofisticado. Só na cozinha, você tem baixo elétrico, baixo-acústico, bateria, percussão árabe e brasileira. Ah! E a batida árabe fica na mão de um libanês, o William Bordokan. Aliás, a escolha por essa sonoridade vem justamente da descendência libanesa de Thamires misturada às raízes campo-grandenses e às influências que vão do rock à bossa.

Sim, é complexo – no processo de construção, nas paixões e desamores. Mas fácil na assimilação, simples de fazer tocar o coração. É para músico nenhum botar defeito, é para o público todo ouvir. Refrãos que fazem cantar junto mesmo quando o mais lindo violino está falando alto. Batidas que dão vontade de sair dançando incansavelmente mesmo quando o coração parece querer sangrar com o instrumental – “Já Deu” é o exemplo vivo. Uma voz tão delicada e, ao mesmo tempo, que rasga a garganta num grito.

“Canto para Aldebarã” é o paradoxo perfeito que norteia nossas vidas, entre seus sonhos, verdades e pausas.

OBS: No próximo dia 18 de julho, Thamires apresenta o trabalho no Teatro Paiol, em Curitiba, com participações de Ivan Vilela, Estrela Leminski e Dú Gomide (clique e saiba mais).

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Sugestões de pauta para 1pordia.carol@gmail.com.

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