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Resenha: RecBeat 2014

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publico

Em 1994, o pernambucano Francisco de Assis França lançou, junto aos seus companheiro, o álbum “Da Lama ao Caos” e criou o melhor e mais detalhado retrato da pós-moderna capital pernambucana e seu estado caótico de desrespeito mútuo e desigualdade cada vez mais emergente, evidenciado a urbana Recife como o próprio caos do título do disco.

Imaginem assim que inversamente proporcional ao crescimento do caos, o tamanho, não só geográfico, que se altera todos os anos, deixa a cidade à beira de um colapso, tornando-a cada vez menos intransitável e insalubre em meio a todo tipo de poluição, odor, transito e à quantidade de pessoas por m².

Toda essa introdução seria desnecessária se não fosse a seguinte questão: Em meio a tanto caos multiplicado durante o carnaval, como conseguir voltar a atenção dos habitantes e visitantes da caótica Recife a um festival de música experimental independente?

juvenil silva

O Festival Rec Beat reafirmou toda a confiança depositada há 19 anos mostrando que, apesar de complexa, a resposta da pergunta acima anexada pode ser encontrada no trabalho assumido de cumprir a missão de revelar novos nomes, sem antes esquecer os clássicos, equilibrando tudo isso entre atrações até então regionais, com as nacionais e internacionais sem restringir qualquer que seja o prestígio a apenas determinado músico, assim como o No Ar Coquetel Molotov e o Abril Pro Rock, talvez tornando assim esse modelo de festival livre não só uma marca registrada de Pernambuco, mas sim uma marca registrada de como montar e fazer um festival durar tanto tempo.

O grande diferencial do RecBeat fica por conta justamente o mérito de conseguir agradar o imenso público que comparece no festival durante seus quatro dias de durações em meio a todo aquele caos que citei acima e todos os 63 polos com milhares de shows gratuitos e de todos os gostos, espalhados por quase todos os bairros da cidade mostrando que o povo gosta sim de boa música, não do que se toca nas rádios, evidenciando que o grande problema social é realmente a escassez de oportunidades para conhecer a boa música e quando a oportunidade aparece assim no meio do que o JuveNil Silva, descreve como “Kaosnaval”, de graça, o povo toma conta e faz de sua, a boa música.

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