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Resenha: Beirut @ Perc Pan Oi Casa Grande – RJ 09/09/09

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imagemFoto por Gabrielle SB.

Nos últimos dias, só o que se tem comentado nas rodas indies é a primeira turnê brasileira do Beirut. Uma turnê que começou conturbada em Salvador e agora seguiu para o Rio, numa intimista apresentação em um teatro mais do que abarrotado, e repleto de pessoas de todos os tipos e gostos, idades e tamanhos, com o único objetivo de apreciar a banda que praticamente acabou de nascer para os brasileiros.

Zach Condon, vocalista e homem de frente da banda, estava visivelmente muito animado – talvez por culpa de umas bebidas a mais, como já está conhecido – e falador. O músico intercalava seu singelo português até então ‘entendível’ com um inglês corrido e muitas vezes incompreendido pelos expectadores. Os músicos que o acompanhavam, em alguns momentos, chegavam a ofuscar o jovem noivo de 23 anos, principalmente Jason, tecladista e trompetista, que assumia os vocais em gritos mais altos onde a voz cansada de toda uma apresentação e turnês que Zach faz/fez não conseguiam mais chegar. Voz que falhava, letra que errava, nada que não fosse uma grande diversão e lotado de sorrisos vindos da banda.

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Música que abriu o show: Nantes (Crédito do vídeo: Felipe Pasarelli)

O set list escolhido foi um simpático apanhado pela discografia da banda, que ainda nos deixou órfãos de algumas músicas sensacionais como “East Harlem”, e um foco maior no recém lançado EP duplo, chamado March Of The Zapotec / Realpeople Holland. Claro que a tão esperada da noite, “Elephant Gun”, que é a canção que trouxe o grupo ao conhecimento do público brasileiro, foi tocada e cantada em uníssono, e outras grandes músicas foram executadas, como “Nantes”, “Postcards From Italy” e “A Sunday Smile”. Teve espaço também para a bela versão em inglês de “Brazil”, que em seu formato original é reconhecida pela voz de Gal Costa, e uma palhinha à capela de “Leãozinho”, de Caetano Veloso. Zach estava se sentindo em casa, definitivamente.

O público se esforçou para cantar as músicas, mas ainda faltou algo além das palminhas em cada introdução de música. Pouco se viu do público cantando, em alguns momentos só refrão, outras só primeiras frases das músicas. Mas em compensação houve muita animação, gritos histéricos de arrancar risadas e conversas com os músicos, por parte do público. O som foi um caso a parte. Apesar de uns momentos que a voz estava muito alta ou uma ou outra microfonia, a qualidade do som foi surpreendente, além da casa ser muito bonita e aconchegante. Pena que quem pagou mais caro ou barato para ficar em alguma posição, não ajudou em nada, o corredor ficou livre para trânsito e deu para chegar a vários locais do público e mais perto do palco com facilidade. Aliás, os bancos só serviram para ocupar espaço: Todos de pé, do início ao fim da apresentação.

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A mais esperada: Elephant Gun (Crédito do vídeo: Felipe Pasarelli)

Acredito que tentar resumir a beleza do show será um tanto inútil. Aquele arrepio quando se escuta os primeiros acordes de “Gulag Orkestar”, ou gritar pro Zach parar de beber foram sensacionais. A precisão que cada vez que os trompetes de Jason e Zach tocavam, sem mesmo precisar de microfone, espantava tanto quanto é real aquela voz de barítono e aquela carinha de garotinho que o senhor Condon tem. Ao final, um saldo de treze músicas, mais duas de dois bis e ainda uma a mais a pedido dos próprios músicos, plenamente satisfeitos pela grande apresentação da noite.

Entre brincadeiras de Zach, como um grito dele mesmo por ‘Toca Raul’, ou ‘cavaquinho’, essa foi uma bela e sincera apresentação, que, somada a bela recepção por parte do público, define que o lugar do Beirut é o Brasil. Povo que acolheu o som do grupo tão rápido quanto a passagem dos capítulos da mini-série Capitu, e que deve fazer a trupe de Zach Condon voltar o quanto antes as terras tupiniquins.

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O usuário Felipe Pasarelli disponibilizou a apresentação completa no youtube com uma qualidade excelente. Clique aqui para visitar o canal do fã.

No orkut, você encontra fotos bem legais feitas pelas fãs Gabrielle SB e Carolina Patrocínio, em seus respectivos álbuns.

Setlist:

Nantes
The Shrew
Mimizan
Cozek
Elephant Gun
Postcards
My Wife
Javanaise
Wroclai
The Akara
Scenic World
Cherbourg
Sunday Smile

Brazil
Gulag Orkestrar
Siki Siki Baba

O bootleg completo, em mp3, da apresentação em boa qualidade pode ser baixado exclusivamente aqui. (Gravação: Felipe Pasarelli ; Conversão: Marcos Xi)

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

3 COMENTÁRIOS

  1. Fantástico post, bela descrição do show.
    Realmente, Beirut é uma banda sensacional, shows emocionantes. Ótimos instrumentistas e Zach tem realmente uma “carinha de menino” e uma voz – q mesmo um pouquinho bêbado – dócil e até charmosa HAHA.

  2. bom desde já…queria dar os parabéns..o blog ta lindo xi,lindo mesmo!

    então..o Beirut é muito louco,os conheci aqui no RP..e não parei mais de ouvir..rs
    poxa queria muito ter visto eles tocando “Leãozinho”ao vivo!
    bjo
    ^^

  3. Foi um show simples (sem efeitos, telão e essas coisas), mas muito bonito. A animação do público foi o que deu aquele toque especial, tanto que até os próprios músicos reconheceram e elogiaram, pq apesar de mtas vezes cantar só o refrão, cantamos! Hahaha! E “Toca Raul” foi inesperado e mto engraçado! Pra mim, o melhor momento foi em Postcard From Italy, pq além de ser minha favorita, ver o público cantando juntos e fazendo coro no instrumental foi emocionante! E que venha o próximo o/

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