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Resenha: Andrew Bird – Noble Beast (2009)

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Álbum: Noble Beast

Artista: Andrew Bird

Lançamento: 20/01/2009

Myspace: www.myspace.com/andrewbird

Rockmetro: 8,7

Falar de Andrew Bird soa um tanto contraditório pra mim. Eu só o conheço a mais ou menos 2 meses e já o defini aqui mesmo neste recinto, em uma outra oportunidade, como “músico que emociona este blog”. Pois bem, a confirmação para isso se dá com este belo vazamento e futuro grande disco: Noble Beast chega às lojas em janeiro e a net já entrega mais uma obra prima do próximo ano.

“Oh No” é a faixa que abre. É engraçado a lembrança imediata que essa faixa me dá aos bons e velhos tempos de Belle and Sebastian, e essa tendência se segue em sons como “Fitz & Dizzyspells” e “Not a Robot, But a Ghost”. Toda essa timidez e simplicidade é dotada de um sentimento único e bem arranjado. O som de “lp do futuro” que carrega as melodias simples de Andrew, tem picos como “Masterswarm”. A voz é incrível. O violino é sublime. Existe algo nesse cd a te prender. Até o assobio é belo.

Eu desconfio que Andrew é irmão do sueco Jens Lekman, o timbre de voz doce e ao mesmo tempo impactante que os dois tem dão um momento único ao ouvinte. Escute “Effigy” ou “Nomenclature” de Andrew e procure qualquer coisa de Jens. Há também o caso do novo-antigo hype indie novelístico. Beirut também teria vaga nesse conjunto que só Andrew sabe fazer, estou falando de “Tenuousness”.

Qualquer Deus Folk se encaixa. Parece que ao mesmo tempo você vê todos os seus artistas favoritos num único cd, você pensa em algo inovador. Como vai caber Zach Gordon (Beirut) junto com Andrew? Andrew tem algo único definitivamente. Seu folk moderno é diferente.

A cada vez que eu escuto, eu me apaixono mais e mais por essa obra. “Not a Robot, But a Ghost” e “Souverian” já me conquistaram com sua inovação musical. E parece que a cada vez que eu procuro um defeito ao álbum, eu me perco nas qualidades dele.

A parte técnica é soberba. Os violinos são conduzidos e arranjados de maneira que deixariam qualquer Owen Pallet (Final Fantasy – Arcade Fire) no chinelo, vide “Anonanimal”. Os instrumentos usados não são lá tão convencionais a um conjunto quase música clássica, mas o mesmo tempo entra uma bateria quase rock, e você outra vez já não sabe o que está escutando. Os violões também são manejados por Andrew de maneira esplêndida. O comando é divido entre eles e o violino, a voz de Andrew é só o resultado. Escute agora “Natural Disaster”.

Eu acho que a única coisa que resta a esse blogueiro é escutar “The Privateers”, olhar para as estrelas e desejar que 2009 tenha álbuns tão bons quanto esse.

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Músico multi-instrumentista, DJ, viajante, criador e editor-chefe do site RockinPress, colunista e curador convidado do Showlivre, ex-colunista do portal de vendas online Submarino e faz/fez matérias especiais para vários grandes meios culturais brasileiros, incluindo NME, SWU, Noize, Scream & Yell, youPIX e os maiores blogs musicais do país. É especializado em profissionalização de artistas independentes e divulgação de material através da agência Cultiva, sendo inclusive debatedor em mesas técnicas sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense (RJ) e no Festival Transborda (MG).

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