Dêem as cartas, acertem os alvos e joguem as fichas do casino, online ou não, a sorte do amor e o azar das desilusões estão lançadas em treze músicas do disco “Confie em mim” dos cariocas do Canastra.
Para quem curte o estilo da “big band” de misturar jazz, rockabilly e country pode esperar muito mais do terceiro e último estilo, pois o disco parece se passar nas estradas ensolaradas americanas, com os membros dentro de um Cadillac vermelho em direção à um cassino em Vegas, para que cada um afogue em tequilas ou comemore a sua situação amorosa.
“Confie em mim” é um disco para se ouvir em uma festa ou apenas para presenciar seu show. Esse talvez seja um ‘problema’, para uma banda tão boa: eles não são para estúdio. Não é questão de técnica, pois temos ali bons acordes de trompetes, contrabaixo toda uma harmonia muito bem trabalhada somada a voz de Renato.
Mas eles são uma big band, devem ser ouvidos em palco! Quem já presenciou alguma apresentação do disco anterior “Chega de Falsas Promessas”, comprova a animação e despretensão que o espetáculo tem. Baladas como Rock Baile e a animada Mambo Trip são ótimas em audição, imagina em qualquer show?
Todas as canções são animadoras ou bem detalhistas, afinal é uma banda com foco não apenas nos vocais, mas em um instrumental detalhado e rico. Uma das mais peculiares é Full Hand, que talvez resuma de forma única o tom do disco, algo bem interiorano em busca das cartas de amor para completar os milhares de pontos.
Por fim, vendo o pacote todo, a banda perde alguns desses pontos, quando olhamos para o seu último disco (2006) e para o atual. Talvez a distância de um para o outro faça com que qualquer apreciador espere por inovações e novos elementos, dentro dos estilos já explorados, mas receba apenas um lado b do álbum antecessor.
