Resenha: Pearl Jam em 36”

Álbum: Backspacer

Artista: Pearl Jam

Lançamento: 20/09/09

Selo: Independente

Myspace: myspace.com/pearljam

Rockometro: 9

Quem diria que uma banda como o Pearl Jam iria conseguir lançar um disco com apenas 36 minutos de duração. Uma verdadeira revolução para uma banda cujo os maiores sucessos tem mais de cinco minutos. Mas não é uma completa novidade na carreira do grupo de Seattle. A faixa “Animal”, uma das melhores canções de Eddie Vedder e cia, tem 2’50”. E o nono disco de estúdio dos caras chega como uma verdadeira porrada sonora rápida e rasteira: “Unthought Known” tem 4’08” e é a mais longa do Backspacer.

No fim das contas: um disco rápido e com 11 músicas não é o fim do mundo. Contrariando a opinião de um amigo meu fã da banda, gostei demais da agilidade do Pearl Jam em Backspacer. Se o grande erro do album “The Resistance” do Muse foi pecar por canções extremamente longas, o Pearl Jam mostrou apenas o necessário e sem firulas. O carro chefe é a dançante (e grudenta) “The Fixer”, que além de ser forte candidata a melhor música do ano, é pareo duro na lista de melhores clipes lançados em 2009. Essa é daquelas músicas que todo mundo vai cantar junto no show e dá sangue novo para uma banda com quase vinte anos de estrada.

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Clipe de “The Fixer”

Assim como em No Line on The Horizon do U2, existem duas músicas que conversam entre si (e curiosamente, assim como “Moment of Surrender” e “Unknown Caller” no disco do U2, o tema também é sobre drogas). Responsável por abrir o album, “Gonna See My Friend” apresenta Eddie Vedder cantando versos que evocam um usuário de drogas querendo se livrar do vício. Na faixa seguinte, “Got Some”, é a vez de conhecer o lado do traficante: “I got some if you need it, I got some if you need it”. Excelente maneira de se começar um disco, não é mesmo?

A experiência de gravar um disco solo para a trilha sonora do filme Na Natureza Selvagem, parece ter deixado marcas em Eddie Vedder. Logo após quatro músicas agitadas, vem a calmaria reflexiva de “Just Breathe”. Só de mencionar que lembra as músicas do filme, não preciso dizer que se trata de um dos melhores momentos do disco, certo? Caso nunca tenha ouvido/visto/lido Na Natureza Selvagem, faça isso agora. Garanto que a sua vida terá um pouco mais de gosto após conferir a história de John Krakauer.

O último respiro punk do disco acontece na oitava faixa: “Supersonic” é um exemplo de como se deve fazer músicas agitadas para empolgar o público. A já citada “Unthought Known” soma-se a “Just Breathe” e “The End” como algumas das músicas mais bonitas já compostas por Eddie Vedder. Apenas “Force of Nature” não chamou a minha atenção entre as 11 músicas do Backspacer, mas nem por isso é uma música ruim. Só não caiu bem momentaneamente.

Para final de conversa, Backspacer é o grito do Pearl Jam para a nova geração: “Ainda estamos aqui, seus putos! Temos muito o que falar!”. E se tudo der certo, eles vão ter vários shows para fazer e saciar a vontade dos fãs brasileiros com novas apresentações no país. Peço desculpas pelo longo depoimento, mas é que o CheFí andou dizendo que iria passar a censurar meus posts curtos e diretos. Tive que mostrar serviço e cortar um pouco da preguiça, né?

Nota: 9 (acho que foi a maior que eu dei esse ano)