Resenha: Oasis @ Rio de Janeiro – 07/05/09

Oasis (foto: Daigo Oliva/G1)

Eu estava lá, naquele Citibank Hall lotado, sob as luzes de câmeras da Multishow e um calor infernal. Era a noite imponente do Rock n’ Roll mundial arrancando do Rio lágrimas e gritos, palmas e socos no ar. Essa foi a noite do Oasis.

Não tem muita firulinha, “Fuckin’ in the Bushes” é só pano de fundo para eles entrarem, pegarem os seus instrumentos e enlouquecer o público com a clássica “Rock’n’Roll Star“. Apesar de o setlist ser o mesmo em todos os shows da turnê, cada música era recebida pelo público como a grande surpresa da noite, vide “Lyla“, com socos no ar a cada vez que uma sílaba do nome da música era dita.

Impressionante a imponência que a figura de Liam mostra no palco. Ele não se move muito, as vezes vai até as pontas do palco, mas o público entra em delírio quando Liam para na frente das pessoas, e simplesmente olha para elas, de uma forma fixa e profunda que enlouquecem ao som da banda. Vestindo um sobretudo preto e ocupando o meio do palco, o vocalista era simplesmente o homem que domina o público não com a voz (que no início não estava lá muito boa), mas sim com seu olhar.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=eWnG9sxlFMs]The Shock Of The Lightning

Mas quem caiu na graça do público, foi Noel. Seu nome foi gritado pela plateia 3 vezes, agradeceu com o velho e conhecido ‘Obrigado, Rio de Janeiro’ e causou um delírio coletivo com o anúncio de “The Masterplan“. O homem das composições, estacionou seu equipamento no lado direito do público e ali, quase que solitário, permaneceu durante toda a apresentação, sem nenhuma troca de olhares com o irmão Liam.

O restante da banda é simplesmente impecável. Chris Sharrock, o atual baterista, mais parece uma reencarnação de Keith Moon (do The Who). Baquetas rodam, voam e o bumbo soa como se fosse feito por pedais duplos, Chris e Liam chegavam a disputar quem chamava mais atenção. Jay Darlington, ou segundo o próprio Noel, Jesus Cristo, fez sua discreta participação nos teclados sem chamar muita atenção. O mesmo pode-se dizer do baixista Andy Bell: imóvel no palco. Pelo menos, Gem Archer mostrou umas firulinhas e se empolgou em solos de algumas músicas, dando mais movimentação no lado esquerdo esquerdo do palco.

Andy Bell e Chris Sharrock (foto: Daigo Oliva/G1)

O show é baseado na força das músicas e na iluminação. Além de 3 cortinas atrás dos músicos, os canhões de luz faziam toda a diferença na apresentação, sem nada muito especial, pois afinal, quem precisa de muito quando se tem poderosas músicas como o Oasis? O Som estava ótimo, apenas em 2 momentos uma microfonia estranha, provavelmente vinda da guitarra de Gem, atrapalhou o som. A Multishow fez a sua parte, sem atrapalhar o show.

Engraçado ver na fila pessoas com camisa dos times de coração dos integrantes, bandeiras de vários países e estados, e total estado civilizado. E fila de show lotado, vai parar lá na rua, depois do estacionamento do shopping que o Citibank Hall fica localizado. Os fãs de Oasis são mais simples que seus ídolos. Acho que pela primeira vez, eu vi palmas acompanhando a banda no ritmo certo. O público estava ligado. Pedidos incessantes de “Live Forever” chegaram o palco, infelizmente sem resposta, o que fez o povo cantar a música no fim da apresentação, tentando chamá-los de volta. Nada feito.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=_mmmbe0Lmv4]I Am The Walrus (Beatles Cover)

Delírio total em “Morning Glory” (Liam: ‘Get up!’), “The Importance of Being Idle” (com palminhas ritmadas) e “Champagne Supernova” (com uma interpretação impressionante de Liam). Choro e comoção em “Wonderwall” (A mais cantada), “Supersonic” e na versão acústica de “Don’t Look Back in Anger” (refrões a cargo do público oníssono). A surpresa ficou pela apatia na recepção do último single da banda, a excelente “Falling Down“. Parece que o Dig Out Your Soul ainda está sendo digerido pelos brasileiros. De restante, a plateia ficou um pouco apática, talvez pela falta de conhecimento das músicas ou mesmo pelo jeitinho carioca.

É muito interessante como o Oasis funciona. Eles entram lá, tocam o script, todos saem sorrindo e o show é sucesso total. É uma fórmula que vem sendo repetida nessa turnê, que vai ser repetida nos outros 3 shows e todos vão adorar. No fim das contas é melhor ir, ver o quanto é foda o show e dizer para todos que no Rio o Liam pegou a bandeira brasileira e se vestiu com ela. Nem tudo é previsível, é tudo Oasis.

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Todos os vídeos desse post foram retirados daqui. Esse site estará mostrando e disponibilizando para download toda a apresentação.