Resenha: Caso de Vida ou Morte

Álbum: How to Destroy Angels EP

Artista: How to Destroy Angels

Lançamento: 01/06/2010

Selo: The Null Corporation

Myspace: http://www.myspace.com/howtodestroyangels

Rockometro: 7,5

Trent Reznor tem a música no lugar do coração. Se parar, morre. Seus fãs ficaram tranquilos no ano passado quando Trent anunciou o fim da carreira de 20 anos do Nine Inch Nails. Ficaram tranquilos porque sabiam que era só uma questão de tempo até sua volta, seja no NIN ou em outro projeto. E foi o que aconteceu: depois de fazer um charme pra lá, um charme pra cá em seu twitter, Reznor anunciou o How To Destroy Angels, um novo projeto que contaria com sua (com todo respeito) bela esposa Mariqueen Maandig e Atticus Ross para completar o time.

O tempo no estúdio foi curto, e o resultado foi um EP com seis faixas. As músicas são uma não-declarada porém inegável viagem de volta à carreira do NIN – o que era de se esperar. A antiga pegada forte da mistura de rock com eletrônica, o chamado rock industrial, está presente e foi enfeitada com uma cara por vezes mais sombria e introspectiva, num ritmo bem dark ambient/downtempo. Poderia ser mais uma obra do Nine Inch Nails se não fosse pela doce voz de Maandig no lugar dos vocais rasgados de Trent.

A aura melancólica, suja e sexual sempre foi o forte do satanista Trent Reznor, mas todas as barreiras com essa cara de sua carreira foram quebradas com a ótima “The Space In Between”, guiada pela voz sedosa de sua esposa que flutua sobre sintetizadores e batidas bem características do disco Year Zero do NIN, que também deixa sua marca na pulsante “Parasite”. “Fur Lined” quebra o clima mórbido e começa com a bateria seca e compassada bem característica de The Slip, último e pior disco do Nine Inch Nails. Não é à toa que essa música é o ponto baixo do álbum…

“BBB” é a canção que aparecia no primeiro e empolgante vídeo divulgado do HDA, e traz de volta a face negra e obscura do disco. Sintetizadores inteligentes e uma batida evolutiva dão o toque para a frase grudenta “Listen to the sound of my big black boots” entrar de vez em nossa mentes. “The Believers” é uma faixa experimental reservada para Reznor nos mostrar o que sabe fazer. Um show de produção, a música mostra que não há limites para gênios como ele se o assunto ainda for amadurecer. “A Drowning”, primeira faixa divulgada da banda e que fecha o EP, mostra uma espécie de “downtempo progressivo” e se mantém gostosa de ouvir durante seus longos 7 minutos.

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Saber se o How to Destroy Angels é um projeto sério é uma coisa que só o tempo dirá. De qualquer modo, Reznor já anunciou que pretende lançar o primeiro disco da banda, e que isso deve acontecer no começo de 2011. O que nos resta é esperar, tranquilos, porque sabemos que uma hora ou outra ele vai voltar. É uma questão de vida ou morte.