Resenha: Animal Collective – Merriweather Post Pavillion

Álbum: Merriweather Post Pavillion

Artista: Animal Collective

Selo: Domino

Lançamento: 20 de Janeiro

Myspace: www.myspace.com/animalcollectivetheband

Rockometro: 6,8

Depois de se auto-decepcionar aqui no Brasil, o Animal Collective se apronta para por nas lojas seu novíssimo álbum Merriweather Post Pavillion.

Eles são muito conhecidos pela bagunça sonora, e devo admitir que sou quase leigo no som deles (myspace não vale). Mas como eu não gosto de ficar atrás das novidades (o primeiro cd deles é de 2000), baixei esse álbum vazado dessa banda tão comentada.

Começando já não 100%, “In the Flowers” dá vestigios de que iria entrar em ritmo dançante, mas ficou parada na psicodelia apenas, não que seja ruim, mas ao começar “My Girls” parece que essa será a tônica do álbum. E essa segunda faixa é até animada, mas ainda deve uma solução auditiva que me convença que existe algo de concreto além de sons diversos e uma animação estranhamente contagiante.

Um fato consumado é a quantidade de efeitos que esse pessoal tem. É  bastante inteligente e diferente dessas bandas de eletro-rock mais do mesmo, eles parecem ter um cuidado todo especial com o vocal, desde a entonação aos backvocals, tudo parece ser muito bem trabalhado. “Also Frightened” é bela por esse motivo, não sei quando é o refrão da música, mas realmente tem um ponto diferente nela. Gostei mesmo. “Summertime Clothes” parece ser mais para as pistas de dança. Com sua batida marcada e sua guitarra pesada, suja, mas solitária, engana, mas é, aparentemente, a mais pop do cd se é que o Animal Collective tem como fazer algo “pop”. Eu ainda acho que o Trent Reznor (Nine Inch Nails) ou o Axl Rose (Guns n’ Roses) devem ser fãs desses caras…

“Daily Routine” soa genial. O cd parece ganhar um lado mais “comestível” com o passar das faixas sem perder o total lado experimental da banda, que volta a tona no meio da mesma faixa, parecendo um Canto Gregoriano! “Bluish” tem ritmo de samba ou eu estou enganado? Não, antes que a bateria do Salgueiro entre no cd, é só a levada que é dessa forma, o eletrônico está alí, não se perdeu, fiquei calmo. Definitivamente o álbum começa a ganhar um lado mais “comestível”, as faixas soam mais fáceis de entender e até de piano se pode aproveitar, como em “Guys Eyes”. A linha estilo vídeo-game de “Taste” parece ensaiar um começo de chatura no álbum, as faixas começam a parecer se repetirem, letras cantadas “n” vezes… Já “Lion in a Coma” anima um pouco, mas já começo a perder o tesão pelo álbum.

A penúltima faixa é “No More Runnin”, que soa como uma música de ninar remixada. Bem bonita, e não há um apelo total eletro, todos os elementos se combinam de maneira bem diferenciada, numa simetria estranha, que pelo que ouvi, parece ser o ponto alto do som da banda. E para encerrar “Brothersport”, começa relembrando as linhas vocais da década de 60, com os backvocais entrando junto com a base que aumenta com o tempo. Ao passar da música ela vai ficando muito melhor, inserindo elementos animados que lembram o carnaval carioca. Realmente escolheram a faixa certa para encerrar o álbum.

O som é bom, porém cansativo, algumas vezes chegar a soar repetitivo, mas mesmo assim a forma que esses garotos trabalham a música torna as canções geniais, se todos os Djs que existissem a cada esquina trabalhassem assim, o mundo estaria bem melhor servido de música eletrônica.