Resenha: A Melhor Agressão Que Seus Tímpanos Poderão Sentir

pelo novato em teste Dayson Ruan

Álbum: Post- Nothing

Artista: Japandroids (a.k.a. JPNDRDS)

Lançamento: 28/04/2009 no Canadá e 04/08/2009 para o resto do mundo.

Gravadora: Polyvinyl

Myspace: myspace.com/japandroids

Rockometro: 9.0

De tempos em tempos o mundo da música nos agracia com grandes obras de pares de mentes que parecem estar em um espiral acima de nossa compreensão. Nossos ouvidos se sentiram assim com os White Stripes, com o Death From Above, The Knife, The Kills e recentemente com o No Age, mas a freqüência da vez é o duo canadense Japandroids.

Surgidos em 2006 na forma de um trio, Brian King (guitarra e vocais) e David Prowse (bateria e vocais) não agüentaram o pesadelo de um vocalista egocêntrico e resolveram eles mesmos gritarem suas as angústias pós-adolescentes. Percebemos desde a influência experimental do Explosions in The Sky ao stoner dos Kyuss, num som que a crítica costuma definir como Noise Pop, mas que eles preferem simplesmente denominar Rock de Garagem.

Apesar de dois EP’s anteriores (All Lies – 2007 e Lullaby Death Jams – 2008) o debut da banda só veio em Abril deste ano passado (2009), e pra compensar o horripilante nome da banda, lançaram Post-Nothing, com um título enigmático, que nos convida a escutar algo novo, feito após o nada.

A primeira audição decepciona e nos remete ao duo No Age, mas da segunda vez em diante o álbum se torna um vício que agride seus tímpanos, de alguma forma sacudindo a poeira da mesmice, ao mesmo tempo em que te faz pensar sobre a vida.

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Japandroids – “Young Hearts Spark Fire”

As melodias são calcadas em riffs rápido e sujos, numa enorme competência, com a ajuda de um incrível set de pedais de guitarra. Devido à rapidez da guitarra, Prowse acelera sua bateria, explorando bastante os pratos e o cymbal do set. Os vocais são pura fúria e apesar de King ser o vocalista principal, durante todo o álbum, os dois mostram sua potência vocal numa espécie de gritaria, bem afinada, como se precisassem espalhar ao mundo sua música, apenas com suas vozes. Também recebem ajudam de uma velha amiga chamada microfonia que reverbera todo o sentimento deles em ruídos.

O álbum inteiro é bem conciso, a proposta é a mesma e todas as músicas conversam entre sim com afinidade. Apesar de apenas oito músicas, congruentes entre si, há alguns momentos de destaque. As faixas “Crazy/Forever”, “Young Hearts Spark Fire” e “I Quit Girls” (as mais longas do debut) se mostram mais convidativas e introspectivas, recebendo um merecido destaque.

Japandroids são dois caras fazendo o som que muitas vezes cinco não conseguem, é a máxima do Rock ‘n’ Roll moderno.

pelo novato em teste Dayson Ruan