Resenha: 1+1+1 = Them Crooked Vultures

Álbum: Them Crooked Vultures

Artista: Them Crooked Vultures

Lançamento: 17/11/2009

Selo: Interscope Records

Myspace: myspace.com/crookedvultures

Rockometro: 8

Dave Grohl nasceu em 1969. Começou sua carreira tocando bateria em bandas punks e por um acaso do destino cruzou o caminho de Kurt Cobain no começo dos anos 90. Ele foi o elemento catalisador da fúria do Nirvana e com uma bateria no estilo tribal, tornou a faixa “Smells Like Teen Spirit” em um dos maiores sucessos já existentes na história da música pop. Os anos passaram e Dave Grohl montou a sua própria banda, onde passou a tocar guitarra e cantar. O Foo Fighters não atrapalhou seu ímpeto de fazer projetos solos e Grohl encontrou tempo para gravar com Juliette Lewis, Queens of the Stone Age, Cat Power, Nine Inch Nails, Paul McCartney e até mesmo com integrantes do Led Zeppelin.

John Paul Jones nasceu em 1946. Aprendeu a tocar piano na infância e na adolescência chegou a tocar baixo em bandas de jazz. Depois de ser requisitado para tocar com grupos como Rolling Stones, Jeff Beck e Cat Stevens, o baixista acabou conhecendo Jimmy Page e então nascia uma das maiores bandas do mundo. Junto do Led Zeppelin, ele conseguiu fama e reconhecimento mundial. Até hoje é citado como principal influência para baixistas de todos os estilos musicais.

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“New Fang”

Josh Homme nasceu em 1973. Aos 15 anos formou a banda Kyuss e ganhou notoriedade pela forma peculiar de tocar guitarra e de compor. Logo depois montou o Queens of the Stone Age, banda que se tornou um fenomeno no meio underground e um dos grupos mais importantes e respeitados da década. Também encontrou tempo para ser o baterista do Eagles of Death Metal, uma banda com músicas menos sérias e com um aspecto mais safadinho e inconsequente.  Dentre as diversas parcerias que já realizou durantea carreira, se destacam: Cat Power, Screaming Trees e Mondo Generator. Recentemente produziu o Humbug, terceiro (e melhor) album do Arctic Monkeys.

Em 2009 nasce o Them Crooked Vultures, um projeto que Dave Grohl já vinha sonhando há muito tempo e que se tornou real depois que ele, John Paul Jones e Josh Homme se encontraram para uma jam. O mero encontro dos três já gerou uma grande expectativa e após as audições de “New Fang” e “Mind Eraser”, era quase certeza absoluta de que o trabalho seria o melhor do ano. Na primeira audição o disco decepciona. A ansiedade atrapalha bastante e não é possível perceber a qualidade das outras canções. Só mesmo depois de ouvir (e insistir) repetidas vezes, que começamos a perceber a consistência e força do material. Se o homonimo Them Crooked Vultures fraqueja diante a expectativa de ganhar o trono de melhor disco do ano, certamente não faz feio em figurar entre a lista de melhores. O que sinceramente, seria inevitável visto a qualidade dos músicos e de seus respectivos grupos. Mas no começo do projeto, Dave Grohl admitiu ter medo de que a reunião acabasse não gerando bons frutos. Absurdo?

Não me lembro se foi o Thiago Pereira ou o Rodrigo James do Alto Falante que disseram como era impressionante a forma que Josh Homme sempre dá um jeito de inserir a sua “impressão digital sonora” em seus projetos. O Arctic Monkeys virou outra banda nesse último disco e com o Them Crooked Vultures não é diferente. A todo momento fica claro o poder e talento que Josh Homme possui. A soturna “Warsaw or The First Breath You Take After You Give Up” consegue mesclar o hard rock com clima de blues do Led Zeppelin com algumas das melhores e mais obscuras canções do Queens of the Stone Age. Não por acaso, a faixa que é uma das melhores, tem cerca de oito minutos de pura psicodelia.

A missão de Dave Grohl parece ter sido apenas de usar sua fórmula secreta para compor sucessos e emular a bateria de John Boham. Convenhamos que se tem uma coisa que Grohl faz bem é arrebentar as baquetas. E o disco começa justamente com o som de bumbo abafado (e característico do rock do Led) de “No One Loves Me & Neither Do I”. Depois é a vez de “Mind Eraser (No Chaser)” e suas riffs deliciosas de guitarra e baixo. Atenção para os backins de Grohl e o encerramente circense, totalmente biruta. “New Fang”, a qual não consigo ter palavras para descrever, aparece em sequência. Agressiva. Clássica. Pesada. Rock. Gostosa. Que música é essa, cara?! Pode até não ser a melhor música, mas certamente (e parte disso por ter sido a primeira música a surgir) é o cartão de visitas que mostra o poder de fogo do trio. Outro grande destaque do album são as faixas “Elephants” , “Scumbag Blues”, “Reptiles” (pegada inconfundível do Queens of the Stone Age) e “Gunman”.

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“Elephants” Ao Vivo

Independente do Them Crooked Vultures ser apenas um projeto reunindo três dos mais consagrados musicos de rock da atualidade ou uma banda sem prazo de validade, ele merece ser ouvido e analisado com atenção. Tudo bem que ele tem tudo para agradar mais aos músicos e jornalistas especializados que o grande público, mas o resultado é um disco que pode agradar fãs das três bandas originais dos caras e aos que nunca ouviram nem falar em quem é John Paul Jones.

http://www.myspace.com/crookedvultures