O Rock in Rio Por Quem Só Viu Pela Internet – Parte 2

Para entender o que se passa, leia a primeira parte aqui.

Dessa vez não podemos dizer que vimos pelo youtube. Estavamos lá, ao vivo, conferindo tudo sem perder nenhum detalhe. Este lá citado se refere ao site do G1 e da Multishow e o próprio canal de TV da Multishow, que por si só gerou shows a parte com os terríveis apresentadores escalados. Eu, Marcos Xi, comentei o Rock in Rio diretamente do meu perfil pessoal no twitter durante os 4 últimos dias do evento. Juntei todas as impressões que recebi da tela do meu computador e escrevi aí embaixo, para você ler e comentar:

29/09

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1- Talvez um dos melhores shows do evento, o tributo à Legião Urbana mostrou o inimaginável: É possível refazer os arranjos criados por Renato Russo e fazer com que eles sejam, inclusive, melhores que a original. A versão de “Índios” poderia virar o novo hino nacional, graças ao arranjo arrepiante que a Orquestra Sinfônica Brasileira criou. Incluo aí, que se originalmente os arranjos fossem esses criados para o evento, orquestrados e tal, hoje estaríamos comemorando 25 anos do álbum Dois com um cd tributo com participações de The Killers e Strokes. Ponto baixo foram os vocalistas: Rogério ‘arroz de festa’ Flausino todo desafinando, Tony Platão virando trend topics porque imitou a voz do Renato no dvd de homenagem e no Rock in Rio e mesmo assim não conseguiu sustentar o tom, Pitty cantando em um tom muito baixo para ela e como sempre, Hebert fazendo bem feio com a voz.

2- O Baile do Simonal soou plenamente forçado e sem a manha que o pai tinha. Uma bela homenagem, mas que não estava tão legal assim no palco.

– Alias, este Rock in Rio evidenciou um problema forte na música brasileira: Vocalistas que mal conseguem cantar. Hebert Viana, Marcelo Camelo, Tony Platão, Fernando Catatau, Jupiter Maçã e Edu Falaschi proporcionaram momentos de terror nos auto falantes da cidade do Rock.

30/09

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3- Marcelo D2 foi o polegar opositor do evento. Enquanto aquela campanha falsa anti-drogas que a produção do evento criou infestava nossas tvs e internet, D2 foi lá e colocou 100 mil pessoas para dizer que ‘obteram a graça depois que fumaram maconha’ – ao vivo pra o mundo. Grande show.

4- Jota Quest e Ivete Sangalo fizeram o que já estão acostumados: colocar o público para pular. A inesperada versão de “More Than Words” que Ivetão improvisou ao vivo valeu pela surpresa e audácia.

5- Cidade Negra, Martinho da Vila e Emicida fizeram um apoteótico show no Palco Sunset, sem parar um segundo para respirar. A integração entre os 3 artistas assustou e todos pareciam estar se divertindo horrores. De cantar junto do início ao fim.

01/10

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6- O que foi aquele muleque (o filho do Frejat) solando em “Malandragem”? O garoto mandou mais em poucos segundos do que metade dos artistas ‘rock’ do evento!

7- Skank, com toda a sua experiência com públicos monstro, foi um show DO CARALHO. Nível histórico, destacando ainda mais os artistas brasileiros diante dos internacionais. Orgulho? É pouco!

8- Cidadão Instigado e Júpier Maçã formaram a união da música superestimada brasileira. Duelo de quem é mais desafinado e monótono. O que era para ser um show de boas vindas, acabou desanimando. E a Tiê não segurou a barra. A cantora se apresentou depois e fez um show que parecia nem estar morno, mas sim requentado em banho maria e por vezes salvo pela simpatia de Jorge Drexler, seu convidado.

Maroon 5 ficou por 3 horas nos TT’s mundiais como ‘Marron 5’, provando o quanto os fãs da banda a conhece bem. Coldplay foi bonito, não mágico. Metade das músicas novas entraram, a outra metade deu para dormir.

02/10

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O que era para ser um apoteótico final de evento se tornou no pior dia de shows, com ameça de terminar somente no Natal.

9- Mutantes e Tom Zé foram perfeitos no porre. Primeiro porque as bandas tocaram separado, fazendo shows conjuntos fictícios e completo pelo sangue na história dos Mutantes – cortesia de Sérgio Dias.

10- Marcelo Camelo não cantava, grunhira palavras ritmadas alternando com falta de fôlego, tom e desespero. Bonito ver ele tocar Los Hermanos, mas a precariedade de sua voz fica mais evidente ainda quando o The Growlers executava suas músicas próprias com primazia. Mas todos nós já sabemos que Marcelo é alguém para ficar dentro do estúdio, pois ao vivo é melhor deixar o público cantar.

11- Titãs e Xutos & Pontapés fizeram um show incrível, divertido, sem falsas promessas e mostrando o que é Rock n’ Roll. Mesmo que os Titãs já tenham tocado no palco mundo com os Paralamas, mereciam novamente se apresentar na área principal.

12- A Pitty lançou um show que evidenciava que o palco estava maior que ela. O público ajudou e a crescer, mas ficou apenas como ‘trabalho feito’.

13- O melhor da noite foi o Detonautas. E isso não é piada. Com discurso de 5º série, Tico Santa Cruz se comunicou com seus fãs à altura, fazendo uma performance quase teatral, mezzo Zorra Total. O público respondeu muito bem, o show engrenou e até o fim do Evanescence, tinha sido o melhor show da noite. Quando os Detonautas mexem com público mais que Marcelo Camelo cantando Los Hermanos, algo está errado na música brasileira.