Nação Zumbi @ Lollapalooza 2014, Autódromo de Interlagos

foto por Ruan de Almeida

Ao rufar das alfaias, subiu ao palco a mesma Nação Zumbi de sempre – pelo menos a que grande parte do público presente conheceu. Se mantendo como pioneira e revolucionária no país, a Nação não soa apenas como uma banda, mas sim como um conjunto de culturas difundido e claramente ligado a terra mãe, Pernabuco, Brasil, sendo assim a tradução tímida e musicada do que é ser brasileiro.

Cantando poemas e momentos do cotidiano, a banda lutou dentro do horário de destaque e a descomunal concorrência do dia, lideradas por Muse e o Nine Inch Nails e não se arriscou. Mostrou perfeitamente a segurança de quem tem um repertório repleto de hits e um show onde todos os integrantes fazem parte do corpo vivo dentro do palco.

A piração descomunal de Lúcio Maia, traduzia bem a posição a vontade da banda dentro de um grande palco, merecendo sua história e ainda mostrando um pouco do futuro, cantando duas faixas inéditas presentes no próximo e auto intitulado disco, a ser lançado nos próximos dias. As faixas foram a já conhecida “Cicatriz” e “Perfeita Imperfeição” – esta mantendo o lado poético e explorando um pouco mais um sentido psicodélico da banda.

Como já espertado, e ainda comemorando os 20 anos de lançamento, os clássicos do álbum “Da Lama ao Caos” não foram esquecidos e marcaram alguns dos grandes momentos do público, incluindo palmas, coros, mesmo para os poucos e fieis interessados que estavam para ve-los em comparação com as outras bandas. O som não foi nenhum bom companheiro no início da apresentação, bastante embolado e dividido entre os lados do palco: muita guitarra, voz, percussão, pouquíssima bateria e baixo quase mudo.

Ao fim, a realidade de um show que atravessa décadas se mantém e guarda muito bem o legado e poesia que um dia Chico Science começou e a banda soube perfeitamente manter.