CMG-NGM-PDE e as possiblidades de nana

Ela trouxe muitas novidades esse ano. Entre relançamento do Ep berli(m)possível, novos clipes e singles, nana é uma forma diferente de ver o horizonte. Seja da música, do cenário brasileiro, ou da nossa própria vida. O fato de morar no exterior contribuí para que essas referências apareçam de uma outra forma. A sonoridade e a estética da cantora vem se consolidando naturalmente como resultado do bom trabalho. Para ela,”a sonoridade é o próprio processo”.

CMG-NGM-PDE, que saí ainda esse mês, é o segundo álbum da cantora e conta com a produção da própria nana e de Habacuque Lima, mixagem de Diogo Strauz e participações de Lulina e Felipe S., do Mombojó. E foi gravado ao longo de abril de 2017 no estúdio Trampolim, em São Paulo.

Para saber do processo criativo, data de lançamento do disco, e referências, você pode conferir a entrevista que fizemos com nana aqui embaixo:

Embora você tenha a vivência de outro país muito forte na sua vida, as canções que você vem lançando, e que estarão em CMG-NGM-PDE , são parte de um imaginário coletivo brasileiro. Seja pelas sonoridades ou pelas imagens dos clipes. Como foi para você o processo de composição dessas canções?

Acho que morar em outro país foi o ponto de partida desse retorno ao imaginário brasileiro. Não foi uma coisa pensada, mas naturalmente a saudade se encarrega de te transportar de várias formas, nem sempre muito óbvias. E, naturalmente, você se vê tocando um chorinho, aprendendo a fazer feijoada, há sempre uma busca desse lugar que foi, e que as vezes a gente sente que nem conhece mais direito, com tantas mudanças acontecendo. Acho que compor essas músicas era pra mim uma forma de me conhecer melhor, de onde eu vim, e eu precisava fazer isso para o meu próprio bem-estar. Morar no exterior te deixa muito sem referência depois de um tempo.

nana – Menino Carioca

Você vem construindo seu caminho dentro de uma sonoridade, e arranjos, característicos. Sua identidade artística é fruto de muito trabalho, com certeza. O que mais você acrescentaria a respeito da construção de ‘uma sonoridade nana’?

A sonoridade é o próprio processo, na verdade. A gente se reinventa e aprende música e amadurece todo dia. Eu era adolescente quando ouvi Ligia, do Tom Jobim, pela primeira vez, e foi muito marcante enquanto arranjo, da mesma forma que recentemente conheci o trabalho de compositores italianos de trilha sonora e fiquei fascinada pela harmonia. Enfim, é um processo que leva anos e que não tem resultado; a sonoridade é o que vai acontecendo nessa jornada, sem a intenção de evoluir, ou de necessariamente ficar no mesmo ponto. Eu considero CMG-NGM-PDE um disco mais simples do ponto de vista de arranjo, mas muito mais complexo em harmonia e timbre.


Enquanto artista, o que você espera com esse novo trabalho?

Eu tento não ter muitas expectativas, mas claro que vou ficar muito feliz se as pessoas ouvirem o meu disco e trouxerem alguma coisa dele para suas vidas. Música é uma coisa que nos marca muito intensamente, acho mágico poder participar disso. Saber que alguém se sentiu de alguma forma tocado pela minha música faz de mim uma artista mais plena.

nana – Copacabana

Como surgiu a escolha do nome do disco?

O nome foi uma das primeiras coisas. Originalmente era uma canção, comigo-ninguém-pode, que acabou entrando no disco com outro nome. A partir daí comecei a cogitar a idéia de chamar o disco assim, porque tem muito a ver com a fase que eu estou vivendo, de lutar pelo que acredito, de ser dona do meu nariz. Tudo isso foi sendo cozinhado em minha cabeça até que um dia eu resolvi fazer uma playlist com músicas que estavam me inspirando a compor. Na pressa, digitei: CMG-NGM-PDE, e na mesma hora eu soube que esse era o nome que eu tava procurando.

Haverá mais algum single antes do lançamento do disco?

O próximo single é CMG-NGM-PDE (faixa que dá nome ao álbum). A música virá acompanhada de um clipe e será lançada junto com o disco, ambos no dia 22 de setembro.