Aposta: Rodrigo Miguez

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A filosofia está inserida em tudo em nossa vida. O ato de se questionar não é só um exercício, mas uma necessidade de sair de dentro da própria zona de conforto e encontrar novidades para encaminhar a própria vida. Aproveitar isso e mudar nossa cabeça não é algo tão fácil, mas parece que é esse o objetivo de Rodrigo Miguez.

Em seu segundo disco de inéditas, o carioca mostra uma inversão do ponto Negativo, como é o nome do disco, para positivo, quando olha com afeto para a abertura em suas próprias dúvidas. Em disco, Rodrigo parece musicar pensamentos de Darwin, Nietzsche e Platão para transforma-los em melodias pop, banhadas numa MPB de sotaque pernambucano e experimentalismo global. É um trabalho para desafiar os ouvidos e a mente a perceber cada fissura crítica intrincada em seus significados.

Ao todo, são nove canções inéditas compostas pelo músico ao lado de diversos nomes da cena independente carioca, assinando coletivamente o arranjo do álbum. O trabalho foi registrado em seu próprio estúdio, com produção autoral. “Maior Condição” e “Coisas Pra Lembrar” são o ponto alto do registro, com melodias fáceis e letras que focam o âmbito social e a interação humana. “Eu Só Existo” e “Tem Que Melhorar” carregam o lado experimental do trabalho, com batidas e efeitos eletrônicos ao lado de guitarras distorcidas e um violão de nylon.

Este não é o primeiro trabalho de Rodrigo Miguez, que tem o disco Passo Pra Trás como estreia em 2013, mas onde mostra uma performance mais segura e onde amadurece suas ideias e objetivos, criando a cara para o seu trabalho. Para um economista, ex-membro do coral da UERJ, chegar a este ponto de profundidade na questão, com certeza é uma boa opção prestar bem atenção nele e no que o músico tem a dizer.