Apanhador Só @ Lollapalooza 2014, Interlagos

Foi bem emocionante. Para uma banda relativamente pequena dentro de um festival de grandes nomes internacionais, o Apanhador Só parecia comandar a festa de maneira bem própria e peculiar, assim como seu som semi experimental. O público, formado não só por curiosos que saíram felizes com o resultado obtido como por verdadeiros fãs que fizeram questão de cantar junto surpreendeu músicos e profissionais, arrancando sorrisos expressivos dos presentes.

Contando com um repertório bem balanceado entre as faixas de seus dois discos de inédita oficiais, o show pareceu ganhar ares de grande atração, como destaque nacional. A cada nova faixa cantada pelo público parecia nascer um mini hit indie entre o público que ali, na hora, aprendia a cantar a canção ou acompanhar as insistentes palmas que passeavam por cada faixa.

Os 45 minutos de show foram muito curtos para a banda mostrar todo seu potencial, arrancando célebres pedidos de ‘mais um’ de quem assistia a pequena catarse. Não a toa, discretamente, o baixista Fernão Agra, olhava sem acreditar na resposta positiva do público e coçava o canto do olho para enxugar uma possível e tímida lágrima que dali caía. Os próprios roadies e os dois músicos contratados que participaram esporadicamente da apresentação não escondiam sua felicidade no canto do palco, dando seus pulinhos e fazendo air guitar para quem quisesse ver.

Ao contrário da apresentação do Nação Zumbi na noite anterior, o som do palco parecia perfeitamente alinhado com a apresentação, seja os backs extremamente necessários para o show quanto nas percussões improváveis que acompanham as músicas. Desde latas, roda de bicicleta e o que mais aparecia virava parte das músicas e ganhava seu destaque nas melodias.

Há quem ainda reclame da falta de uma música ou outra dentro do curto tempo de apresentação, mas a satisfação foi plena. Com a facilidade de contágio da música do Apanhador Só, não me surpreenderia vê-los em destaque em algum palco e sendo aprovado pelo público, ficando assim o desafio.

Fotos por Ruan de Almeida