Numa das noites mais eloquentes e cheias que já presenciei no Circo Voador, a casa se preparava para a primeira noite do Encerramento do Festival Conexão Rio. Numa tacada só tínhamos Momo, Transmissor, Maglore, Carlos Malta com Lenine, Ilê Aiyê com BNegão e Tulipa Ruiz. E isso era apenas o primeiro dia.
Quando entrei, o show do Momo já animava o Palco Rio e foi uma ótima oportunidade de conhecer ao vivo o som do carioca. O palco secundário foi uma escolha perfeita, dando um ar intimista à apresentação, com direito a performance de uma senhora ao lado do palco (veja a foto aqui) sendo o toque de loucura que só a Lapa consegue fazer pra gente. A plateia estava fria, por ser o primeiro show da noite e era nítido que não conheciam o trabalho do Momo, que vinha com um violão marcante.
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Sendo um dos destaques da noite e abrindo as apresentações no Palco Principal, a banda Som Imaginário voltava a pisar no Circo Voador, 40 anos depois. São considerados o embrião do Clube da Esquina e responsáveis pelo impulso da carreira do Milton Nascimento. Desde a primeira nota, era marcante a psicodélica e as nuances ali presentes. A flauta de Nivaldo Ornelas emocionava um Circo Voador lotado que aplaudiu ao fim da primeira canção. Foi uma delícia sentir a plateia respondendo ao som da banda, o respeito e a entrega dos músicos (e que músicos!).
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E no vai e vem dos palcos, tocava a sirene para a apresentação do Projeto Secreto Macaco, os paraenses tem um som bastante interessante, com uma boa pegada. Porém o som estava estourado no inicio, só melhorando durante o show. O Projeto oscilou bons e maus momentos, com destaque positivo para o teclado.
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Não fiquei até o final, porque queria uma posição privilegiada para o show do Transmissor convida Maglore. A vinda da trupe mineira ao Rio, o que esperava a três anos, com a participação dos queridos do Maglore era o que mais esperava na noite. Sem o Thiago Correa nos vocais, o fardo ficou nas costas de Jennifer Souza e Leonardo Marques. Vale lembra que os mineiros estão finalizando a mixagem do terceiro disco e teremos novidades já em Outubro.
A plateia e a banda estavam tímidas, e com o levar das músicas o público ia ganhando força e na terceira canção já cantava junto. Mesclaram músicas do próximo álbum e a reação foi interessante. Logo depois as luzes se acenderam e o Maglore subiu ao palco, fazendo a conexão Rio, Minas e Bahia.
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Uma bateria compartilhada, Cinco instrumentos de corda, dois teclados e fãs desvairados. Assim se resume a apresentação das duas bandas, que começaram com Demais Baby, do novo cd da Maglore. A presença do Teago nos vocais, trouxe liberdade a Jeninha e ela se soltou bem mais no palco. Em alguns momentos faltavam pegada e afinação, mas era recompensado com vontade e amizade entre as bandas, foi bonito até o fim. Vale ressaltar a excelente iluminação do Circo Voador. A produção do Festival arrebentou e foi uma das mais lindas que já presenciei na casa.
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Carlos Malta com o Pife Muderno e Lenine deram um tom nordestino a noite carioca. A plateia literalmente surtou, se tornando até impraticável a permanência na nave (espaço coberto do circo) do Circo Voador. Essa levada chegou ao êxtase durante a apresentação da Ilê Aiyê com o BNegão. A curimba tinha seu público cativo e levou o Circo a algo que nunca tinha presenciado. Uma mistura do sangue afro com o brasileiro que corre em nossas veias. Era difícil ficar parado.
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Fechando a noite de gala, tínhamos a linda da Tulipa Ruiz com seu Tudo Tanto. A cantora, sempre performática, intercalava as novas canções com as suas canções consagradas. O público, já cansado, não conseguia retribuir a vontade do palco e no final foi deixando a casa. Mas quem ficou cantava cada canção em coro, que ainda contou com a participação de BNegão . Fechando a primeira noite do Festival de uma forma maestral. Espero que tenhamos outros shows desse nível na cidade e que a plateia compareça com tamanha vontade.
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