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Rico Dalasam bota a cara no Sol em estreia: ouça em Modo Diverso

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Em tempos em que questões como preconceito e discriminação são quase onipresentes em blogs, telejornais e rodas de conversa, surge uma voz que pede “aceite-se”. Amplificada por caixas de som e embalada por beats dançantes, é de Rico Dalasam esse pedido. Um jovem que assumiu seu lugar de fala e une naturalmente sua visão de mundo com sua música.

Negro, gay, cabelereiro e morador da periferia da grande São Paulo. Se confrontarmos o perfil de Jefferson Ricardo Silva com as estatísticas recentes isso é quase uma sentença de morte. Com isso em mente, não é nenhum exagero dizer que a voz de Rico é a voz de muitas minorias que sofrem diariamente com abusos.

É nesse contexto que surge Modo Diverso: autoconfiança, protesto e cabeça erguida para encarar nos palcos os rótulos que são impostos. A forma com que ele faz isso é que aparece como destaque. Muito além da qualidade dos versos, Rico desfila por mundos diferentes e faz com que essas referências coexistam de uma forma tão natural, que essa ruptura acaba se tornando o maior trunfo dessa estreia.

Não por acaso é de Daniela Mercury a primeira voz que se ouve em “Aceite-C”, single lançado no ano passado. Nomes como o da cantora baiana surgem ao lado de Racionais, Rick James e Mykki Blanco, um dos maiores nomes do queer rap nova-iorquino, quando o assunto é inspiração artística. É justamente essa junção, aparentemente incoerente, que torna a sonoridade de Rico Dalasam única e criativa.

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Logo na primeira faixa, “Não Posso Esperar”, é perceptível a fusão de música eletrônica, rap e funk. Essas viradas rítmicas que surpreendem os ouvidos também estão presentes na faixa seguinte, “Deixa”, e acompanham todo álbum. Cada música apresenta não apenas uma, mas várias outras facetas de um artista versátil. “Riquíssima”, por exemplo, traz beats com bases de berimbau de capoeira e letras de ostentação.

Rico Dalasam assume uma postura única dentro de sua arte. A quebra de tabu vem acompanhada da defesa de que #ofervoéprotesto e do fato de que, com a música, é possível eliminar barreiras e propor uma revisão de conceitos sobre o que é ser “normal”. Talvez, como se na balada, no show, na pista de dança, os padrões fossem eliminados e essa quebra acontecesse.

Nesse contexto, Modo Diverso surge como um primeiro passo. Encarar o rap sob essa nova perspectiva pode, e deve, abrir novas portas para outros artistas e, principalmente, a cabeça do público para essa nova visão. Há muito o que ser falado e essa educação é necessária. Se for por meio de música de qualidade, melhor.

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