Home Resenhas Álbuns Resenha: Teoria da Evolução

Resenha: Teoria da Evolução

5
Compartilhar

Álbum: How I Got Over

Artista: The Roots

Lançamento: 22/06/2010

Selo: Def Jam

Myspace: http://www.myspace.com/theroots

Rockometro: 8,9

Se analisarmos a carreira do The Roots como um todo, fica difícil rotular a banda – não que isso seja necessário ou bom. As rimas sempre estiveram encravadas na alma metamórfica do grupo vindo da Filadélfia, que ao longo de 23 anos de carreira atirou para milhares de estilos e estéticas sonoras diferentes. Em How I Got Over, o The Roots apostou em letras reflexivas e trouxe de volta o bom e velho soul; uma cara meio jazzística; e foi mais consistente nas melodias, superando a crueza seca e pesada de seu antecessor, o ótimo Rising Down.

Além do charme melódico, aqui marcado por pianos doces que são ao mesmo tempo levados por batidas firmes, o disco conta com a presença ilustre de exemplos de genialidade como Joanna Newsom e exemplos de bons cristãos (blergh…) como o Monsters of Folk. As melodias marcadas pelo jazz, funk (o real) e principalmente pelo soul nos refrões fizeram deste um álbum não só para ser ouvido, mas também para ser refletido. Tamanha genialidade e experiência não poderiam transformar essa façanha em nada menos que o melhor disco da banda (na opinião do pobre redator que vos fala)…

O teclados leves de “A Peace of Light” abrem o disco na companhia das vozes maravilhosas de Amber, Angel e Haley do Dirty Projectors, que lançou um dos melhores álbuns do ano passado. A doce introdução abre os caminhos para a entrada da grandiosa “Walk Alone”, uma das melhores do disco que canta a solidão em versos como “work alone, sleep alone, eat alone…”. Logo depois vem “Dear God 2.0”, que conta com a presença do Monsters of Folk e de trechos da linda “Dear God”, música presente no primeiro e gostoso disco da banda. A batida, fiel à faixa original, é abraçada por teclados tristonhos e um ritmo aconchegante. Um dos pontos mais altos da bolacha.

“Now or Never” traz uma cara mais alegre e ensolarada com suas mensagens positivistas. Logo depois vem a ótima faixa-título, deixando claro que o soul ainda é uma das maiores paixões da banda. “Right On”, a faixa mais bela do disco, traz Joanna Newsom entoando lindamente os versos de sua música “Book of Right-On”, presente em seu debut. John Legend (blergh… [2]) é quem toma conta do refrão soul de “Doin’ It Again”, levada por ecos de sua voz e por um piano simplório que abre alas para as rimas rápidas e certeiras de Black Thought, Mc do The Roots. A batida engraçada, repetitiva e simples “Web 20/20” é o bastante para fazer da música uma das melhores do disco, que fecha com a nostálgica “Hustla”, faixa que caberia perfeitamente no último disco da banda com seu sintetizador denso, o já comentado Rising Down.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=zI4D1QOLGuM]

Depois de um espetáculo como este disco, o The Roots se consagra de vez como um dos melhores grupos de hip-hop da história da música. Se o disco de 2008 (talvez o favorito dos fãs) se chama Rising Down, o nome perfeito para essa nova façanha do Roots é Rising Up. Sempre crescendo, crescendo, crescendo…

5 COMENTÁRIOS

  1. Adoro esse tipo de review. Um visão própria e otimista de um trabalho. Acho até, que o rockmetro é desnecessário.

    A blogosfera está enfrentando uma maldição que já existe há milênios nos jornais e revistas: a de pseudo críticos que alfinetam tudo o que não for hypado e não param para avaliar o que existe de positivo nos trabalhos que avaliam. Simplismente se baseiam no que a Pitchfork (ou coisa que o valha) considera bom.

    Continuem remando contra a maré.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here