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Resenha: Era uma vez em Pernambuco, o Gogol Bordello no Rock in Press

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Álbum: Trans-Continental Hustle

Artista: Gogol Bordello

Lançamento: 27/04/2010

Gravadora: Columbia / Dmz

Myspace: /gogolbordello

Rockometro: 8,5

Sei que Trans-Continental Hustle não é o segundo album do Gogol Bordello, mas a sensação mais forte que podemos sentir depois da audição do sucessor de Super Taranta! (2007) é a de uma banda querendo mostrar que tem mais para oferecer. O quinto album é tão forte quanto os anteriores e apesar de não ter nenhum single poderoso como “Wonderlust King” ou “Start Wearing Purple”, alcança o seu objetivo no conjunto. Ao contrário dos discos anteriores, não existe nenhuma faixa mais chatinha ou com muita cara de ser descartada nas apresentações explosivas da banda mais globalizada do rock moderno.

A primeira faixa é “Pala Tute” (que pode ser considerada a equivalente a “Wonderlust King”) e não faz feio em ter sido a escolhida para ser o primeiro single do trabalho. O refrão mantém a tradicional pegada do Gogol Bordello com versos etilicamente pegajosos, daqueles que se é possível imaginar todo mundo com o ombro colado, gritando e derramando a vodka ao redor. Em sequência temos “My Companjera” que evoca alguma coisa do passado da banda (ou de alguma banda que serve de influência para a trupe de Eugene Hutz, o que não devem ser poucas…) e é um dos pontos altos do disco. O estilo mariachi que toca para ganhar trocados e gastar em birita ganha mais um representante digno em boa parte de “Sun is On My Side”. O melhor do Gogol Bordello é criar verdadeiras catarses musicais e na empolgante (moshante) sequência “Rebellious Love” e “Immigraniada” podemos alimentar nossa expectativa com o que (esperamos) vamos conferir quando a turnê desembarcar no Brasil.

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Vale lembrar que o vocalista Eugene Hutz recentemente passou uma (longa) temporada se divertindo no país. O resultado pode ser percebido claramente na faixa “Uma Menina”, na qual o cantor faz questão de homenagear o nosso querido editor-chefe Marcos Xi quase que na música inteira. A canção mistura nosso samba, o qual Hutz se tornou fã, com todos os ritmos da salada global que faz o som do Gogol Bordello. Parece que o tempo no Brasil aflorou o swing da banda, já que “Raise the Knowledge” e (principalmente) “Last one Goes the Hope” estão entre as músicas mais dançantes do repertório do grupo. A certeza é que o novo show será tão ou mais explosivo quanto os últimos. Ou seja, se houver uma apresentação imperdível para os fãs da boa música nessa temporada e na próxima, o Gogol Bordello está entre os 10 primeiros da lista.

No teste do “segundo” album, o quinto trabalho de estudio do Gogol Bordello conseguiu nota máxima. Manteve a identidade que a banda traz desde hits como “60 Revolutions” e mesclou punk, rock, world music, samba, gipsy music com uma pegada pop de melhor qualidade. O resultado agrada tanto os fãs antigos quanto aqueles que vão se perguntar por um bom tempo de que buraco surgiu a turma maluca de Eugene Hutz, seu bigode, o capitão Smith do Peter Pan e uma outra porrada de humanos estranhos. Um dos grandes discos do ano, até o momento…

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