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Resenha: A Potência Nua e Crua

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Álbum: Sea of Cowards

Artista: The Dead Weather

Lançamento: 11/05/10

Selo: Third Man

Myspace: http://www.myspace.com/thedeadweather

Rockometro: 9,1

Jack White é mesmo um homem incansável. De uma banda central, sai um projeto ali, outro aqui, e êxito pra todos os lados. Sea of Cowards não é só um disco incrível; ele também consagra de vez esse monstro musical que é Jack White em mais um trabalho impecável que cospe agressividade e escarra atitude. Junto do homem da década estão outros representantes notáveis da cena musical internacional do momento, que ajudaram – e muito – para que este álbum se tornasse o que ele é: um retrato contemporâneo do rock’n’roll.

Não é novidade que existem dezenas de supergrupos espalhados por aí. É sempre um prazer quando escutamos um deles e vemos nossos ídolos em plena forma. Não foi diferente com o novo álbum do Dead Weather, que seguiu a mesma linha suja e despojada de seu antecessor (Horehound) lançado no ano passado, porém mil vezes mais bem acabado e estudado. O mais incrível de tudo é que este álbum prova que gigantes podem crescer cada vez mais, sem limites.

O que além da capacidade dos músicos também cresceu em Sea of Cowards foi a exploração sonora: stoner rock, blues-rock e garage rock foram os pontos mais marcantes de Horehound, sem dúvida alguma. Agora, imagine toda essa crueza sonora bem mais trabalhada, orquestrada e tocada com uma espontaneidade sedutora e assustadora. Imaginou? Pois bem, você acabou de conhecer o Sea of Cowards.

“Blue Blood Blues”, a faixa que abre o disco, define bem a temática da obra: riffs de guitarra duros e sujos tocados com perfeição por Dean Fertita (Queens of The Stone Age), somados às linhas de baixo de Jack Lawrence (Racounters, Greenhornes) que vem e vão delicadamente sustentadas pela bateria potente de, acredite, Jack White, acompanhadas suavemente pelas vozes intercaladas de JackAlison Mosshart (The Kills) abrem de forma mais formidável impossível o disco.

“The Difference Between Us” traz Alison nos vocais com sua voz marcante e sedutora, que vem pra quebrar tudo com a força dessa música que é uma das mais vorazes do álbum. Logo depois chega “I’m Mad”, com certeza uma das melhores músicas do ano: a letra da música quase falada por Mosshart traz um ritmo hipnótico e rasgante, que junto da incrível habilidade de Alison quando o assunto é soltar a voz nos fazem viajar de volta para os anos 70.

“Die by The Drop”, primeiro single do disco, traz uma frieza sonora escancarada, elevando todos os instrumentos a um nível sonoro destruidor. “I Can’t Hear You” parece que diminuiu seu volume propositalmente para a entrada de “Gasoline”: literalmente curta e grossa, a música traz um sintetizador inicial inteligente que logo explode para todos os lados com a guitarra exuberante e os gritos extremamente talentosos de Alison. O mesmo show acontece em “No Horse”, que nos faz sentir um arrepio indescritível. Impossível não comparar Mosshart a Janis Joplin.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=K0YI0UUazkU]

“Looking At The Invisible Man” traz uma cara mais computadorizada. Efeitos para voz são usados, e um sintetizador hipnótico coordena a música de forma densa até seu final espetacular. Aliás, espetacular é o adjetivo mais fraco a ser dado para Sea of Cowards. Desculpem o termo, mas do caralho já está bom…

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