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O Show da Minha Adolescência – Gessinger em Belo Horizonte

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Gessinger em Belo Horizonte - Fotos por Jocelito Camargo

Todo mundo tem uma banda grande que era aficionado no ensino médio. Que sempre sonhava com shows do seu auge, com todas as músicas de sucesso. Seja essa banda dinossauros como: Rolling Stones, Smiths, The Doors; Ou nacionais, como: Legião Urbana, Barão Vermelho, Paralamas, ou como no meu caso, Engenheiros do Hawaii. É aquela banda que você conhecia os cds de “trás para frente”, mas quando pintou a chance de assistir ao vivo O SHOW DA SUA VIDA… não foi igual, “PORRA!” que decepção.

Como falei, no meu caso, foi o Engenheiros.

As últimas duas turnês antes da pausa foram de Acústicos, o MTV (2005) e o Novos Horizontes (2007). Isso trouxe aos shows uma leveza aonde era trabalhada a experiência musical e sonora da banda, porém não tinha pegada, era um Gessinger “velho”, musicista e cansado. Depois veio o ‘Pouca Vogal’, aonde ele continuou no âmbito de experimentar, testar e tentar algo mais tranquilo. Isso fez minha experiência com ele ser morna, era meu artista favorito e os shows eram comuns, “cadê o Rock n’Roll?!”.

Aí veio o pré-lançamento da primeira turnê solo no Granfinos em Belo Horizonte, dia 23 de março.

Confesso que quando entrei na casa de shows não acreditava em algo diferente do que vinha fazendo nos últimos anos. Para piorar era um lugar brega, estilo festa de debutantes dos anos 90, tinha um lustre pomposo na “pista”, UM LUSTRE! E o DJ tocava clássico da Emeteve da mesma década, de Skank a Detonautas, passando por Charlie Brown Jr . Achei aquilo engraçado e nostálgico, mas não sabia que seria um preludio perfeito para o show que iria começar. O show que sonhei na minha adolescência.

Gessinger em Belo Horizonte - Fotos por Jocelito Camargo
Diminuíram as luzes, o som abaixou e anunciaram, finalmente, o Gessinger. Ovacionado como devidamente merece, entrou ao palco com um semblante jovial, na primeira frase, na primeira mexida de corpo, no primeiro pulo… não se via o senhor que completará 50 anos em 2013, via um rockstar, emanando toda a energia guardada nos últimos anos, era um garoto que como eu (rá!) tinha gana por Engenheiros do Hawaii e aquela noite era para isso. Antes do final da primeira estrofe já dava para sentir a plateia ensandecida. Um misto de jovens e adultos vindo do Brasil inteiro atrás do seu ídolo, para muitos ali o maior artista brasileiro. E ele estava fazendo jus à adoração.

Gessinger em Belo Horizonte - Fotos por Jocelito Camargo

A qualidade sonora do Grafinos era excelente e a banda retribuía com uma cumplicidade impar, ouso dizer, que a harmonia do trio formado com o Rodrigo ‘Esteban’ Tavares e Rafael Bisonho tinha lampejos dos tempos áureos de Licks e Maltz. O Tavares, um dos citados do nosso top 100, deu um show à parte. Muito além de um guitarrista, era um fã realizando um sonho e dando o seu máximo, a ponto de segurar o choro em ‘Refrão de Bolero’. Faça como eu e inveje também o ex-integrante da Fresno, ele estava ali tocando suas músicas favoritas com seu ídolo! Não é pouca merda.

Foi um setlist de tirar o folego, entre sucessos do Engenheiros, Pouca Vogal, novas músicas e a parceria com o Esteban foram 30 canções sem parar, com o Gessinger indo da Guitarra ao acordeom com uma simplicidade incrível. Mostrava como ser um showman, levando todos ao delírio.

Gessinger em Belo Horizonte - Fotos por Jocelito Camargo
A animação do Gessinger, me levantou uma questão: O que está acontecendo com as bandas brasileiras de hoje em dia? Vou a quase 10 shows por mês e é difícil ver um vocalista pulando ou incendiando a plateia. É sempre a mesma coisa, o guri esmirrado numa cadeira ou em pé encolhido, pedem para as pessoas pularem, mas não saem do seu quadrado. E nem vem com a desculpa de ser esse new Indie/MPB… Parecem ter medo de errar. Ou será que “agitar” virou démodé? Junto do Gessinger (49 anos) me lembro de duas cantores com esse perfil, o Bruno do Biquíni (45 anos) e o André do Móveis (30 anos). Será que os cantores com 20 e tantos anos não tem mais pique?

E como esse pique não faltou ao garoto de cabelos grandes, no auge de seus 49 anos mostrando que essa turnê solo tem potencial para ser o ressurgimento dele na cena e dar gás a magia do Engenheiros do Hawaii. Torço para ver o Gessinger nas principais casas de shows do Brasil, isso junto a um cd decente (que será lançado esse mês), certamente fará ele um dos destaques de 2013.

Gessinger em Belo Horizonte - Fotos por Jocelito Camargo

Fotos do show por Jocelito Camargo, segue o site e o flickr dele.

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