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Filateia RINP: Honey Bomb Records

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Quando comecei essa coluna, o nome ainda era uma incógnita. Não queria ser clichê e abusar de significados óbvios como uma coleção de selos. Apesar de pouco usual, Filateia é o significado justamente de  coleção. Resolvi ser básico e não inventar muita firula, pois percebi que a quantidade de informação que viria através desse descobrimento dos selos independentes brasileiros.

 

Dessa vez o papo foi com o gaúcho Jonas Bender, que de Caxias do Sul e munido de dois bons amigos, comanda a Honey Bomb Records. Neo-psicodelia, Glimb, dream rock e experimentalismo é o foco desse pessoal que largaram seus empregos convencionais para provar que não é preciso estar em uma grande capital para se projetar.

 

Com tours planejadas e executadas, eventos com uma energia incrível e animação inigualável é que a Honey Bomb Records transborda sua doçura. Conheça um pouco mais na entrevista abaixo:

 

Honey Bomb

 

Como surgiu a Honey Bomb Records?
Jonas Bender: A ideia de criar um selo partiu do baixista, Rafael Ritter, da banda na qual sou baterista, chamada Slow Bricker. Isso foi na saída de um ensaio, em 2013. Ele soltou a seguinte frase: “a gente deve criar um netlabel e eu já tenho até sugestão de nome, Honey Bomb, porque é fofinho e agressivo ao mesmo tempo”. Isso me marcou tanto que eu fui pra casa e comecei a olhar mais pra essa cultura de selos independentes e me aprofundei totalmente no assunto.

 

Tentei colocar a ideia dele em prática, já que ele jamais teria esse tempo pra fazer isso, pois trabalha com seu pai numa gráfica própria e tem problemas genéticos graves de saúde que tornam seu tempo escasso entre as sessões de hemodiálise. Isso me motivou ainda mais, pois considero ele um gênio! Criei um e-mail pra divulgar um single que tínhamos lançado na época. Como sou formado em comunicação e já tinha participado de alguns workshops focados em assessoria pra bandas, criei um release e disparei pra alguns blogs e sites especializados. Pensei que seria uma boa forma de divulgar o som da banda, mas sem ser a banda se comunicando diretamente com a imprensa. Foi a primeira vez que o selo apareceu em publicações.

 

Nessa mesma época, eu já estava acompanhando as gravações da Catavento, pois meu irmão mais novo é o baterista da banda, então como moramos na mesma casa e a banda começou ensaiando lá no quartinho da zueira, não tinha como eu não apostar neles ouvindo aquelas músicas fodas que compunham. Três membros da Catavento trabalham e estudam comunicação (PP), mais especificamente na área de Design Gráfico, Artes Visuais e Audiovisual. Eles tinham formado um coletivo de artistas visuais jovens da cidade, pra produzir zines, chamado Noia Coletiva e também tinham a intenção de estender isso pra música, Noia Records.

 

Mas então pensamos em agregar isso numa ideia só e eles se juntaram a mim sobre o mesmo guarda-chuva Honey Bomb.

 

 

O que um selo independente pode fazer por uma banda?
Jonas Bender:Eu acredito que ele coloca uma marca de validação na coisa. No nosso caso, a banda que entrar ganha um pouco mais de atenção, porque ela passou por uma curadoria nossa. Além disso, somos também produtores de eventos, agenciamos turnês pros artistas, fazemos eles circularem de alguma forma.

 

Com a rede de contatos e intercâmbios com outros selos do Brasil e demais produtores tentamos criar oportunidades pra música que espalhamos. Mas nós só trabalhamos naquilo em que acreditamos de fato e curtimos. Eu apostei na minha banda, na Catavento e nos demais artistas. Até a metade do ano passado eu trabalhava nisso enquanto ainda trampava como redator de uma agência de publicidade, até largar dessa vida pra trabalhar naquilo que eu realmente amo.

 

Space Dones
Space Dones, projeto assinado pela Honey Bomb Records

 

Quais são os planos na cabeça de um produtor independente para 2015?
Jonas Bender: Atualmente, desde o início de abril, somos três malucos numa sala trampando nisso, eu, Leo Lucena e Eduardo Panozzo. Nos dividimos em algumas funções e está fluindo muito bem. Parece um sonho, mas ao mesmo tempo entra a questão financeira da coisa. Como sobreviver disso? Estamos aprendendo a cada dia. Pesquisamos muito!

 

Fazemos muitos orçamentos. Estamos tentando criar um modelo de negócio com criatividade, mas que de alguma forma mostre pro público o quanto amamos essa abelha e o quanto amamos quem gosta da nossa música. Queremos vender produtos musicais únicos, sinceros e eternos. Obras de arte que toquem as pessoas, assim com nós somos tocados pela música. A gente gosta de se relacionar com proximidade com quem curte a abelha!

 

Quem são as bandas que estão com a Honey Bomb Records?
Jonas Bender: A princípio éramos Slow Bricker, Catavento e Descartes, daí foram surgindo outros brothers músicos que convivemos bastante graças ao espaço da Paralela, onde atualmente é o escritório do selo. Bandas como Space Dones e Cuscobayo são parte desse convívio. O contato com o My Magical Glowing Lens surgiu pela internet. Ela gostou muito do som da Catavento e a gente gostou muito do som dela. E o JMNI é um projeto solo do tecladista da Catavento, Johnny e a Samira Winter da Winter nós conhecemos pessoalmente quando trouxemos ela pra tocar aqui na Paralela.

 

Tour Catavento1
Tour Catavento – Setembro de 2014

 

Como você analisa o mercado nesse tempo de trabalho já feito pela Honey? O que mudou no passar desse tempo?

 

Jonas Bender: Quando entramos nesse mercado ele já estava em processo de transformação e ainda está. Quem trabalha com isso está sempre recriando seu modelo. Quando visitei o Sacola Alternativa, evento maravilhoso organizado pelos antenadíssimos e inspiradores Fernando e Rafael do selo Balaclava Records, pude perceber que cada selo tem uma forma de trabalhar e de enxergar a coisa. Eu procurei ouvir cada um deles e percebi diversas formas de fazer o que fazemos. Porém, o mais importante mesmo é fazer a banda circular. Agora, como somos em três abelhas trabalhadoras, nos dividimos em três frentes e a coisa tá fluindo demais. O Eduardo (Du) e o Leo Lucena da Catavento são gênios e é muito bom trabalhar com eles.

 

Eu percebo que agora tem mais gente elogiando e respeitando nosso trampo. Isso é muito bom, porque fazemos isso com muito prazer e nos motiva ainda mais pra seguir em frente. O foco agora é colocar todo nosso planejamento em prática, mas 2015 já está sendo um ano sensacional, cheio de lançamentos pra espalharmos, cheio de oportunidades para aproveitarmos e e cheio de pessoas legais para conhecermos nesse Brasilzão independente! Dois mil e GLIMB já começou explodindo mel!

Descartes:

My Magical Glowing Lens:

Catavento:
Saiba mais: Soundcloud | Bandcamp | Facebook

 

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